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CRISE NA BASE
Se houver recusa ao mínimo de US$ 100, Congresso não poderá ser "cúmplice de erro", diz senador
ACM quer derrubar provável veto de FHC
da Agência Folha, em Salvador
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) pediu ao Congresso que derrube o provável veto do presidente Fernando Henrique Cardoso ao projeto, defendido por seu partido, que reajusta o
salário mínimo para o equivalente a US$ 100 (cerca de R$ 180).
FHC disse que vetará a proposta
caso ela seja aprovada. O argumento é que o reajuste provocaria
um aumento do rombo na Previdência (leia texto à pág. 1-4).
"Ele pode dizer que veta, mas, se
o Congresso não rejeitar, fica
cúmplice do erro do presidente",
disse ACM, que no início da tarde
foi homenageado pela diretoria
do Hospital Português, em Salvador (BA). "Se depender de mim,
eu recuso o veto dele", acrescentou o presidente do Senado.
Para derrubar um veto presidencial é necessário metade dos
votos mais um na Câmara -que
tem 513 parlamentares- e no Senado -que possui 81.
ACM afirmou que "é problema
do presidente" equacionar o déficit da Previdência.
"O déficit existe há muito tempo. Se for assim, os trabalhadores
vão morrer de fome. O que não
pode quebrar é o povo. Essa história de quebrar a Previdência Social, quebrar a Fazenda (Ministério da Fazenda), é antiga", disse.
Ele também colocou o aumento
do salário mínimo como condição para sua análise do reajuste
para o Poder Judiciário. "Primeiro, vamos aumentar o salário dos
mais pobres."
ACM declarou também que as
relações entre o PFL -que perdeu no início desta semana a
maioria na Câmara para o
PSDB- e a base do governo serão definidas na próxima semana.
"Não somos infiéis e traidores.
Nós somos independentes", disse
o senador baiano. Sobre os deputados que migraram para o PSDB,
disse não acreditar que eles vão
ter qualquer influência efetiva no
governo federal.
Depois de ser homenageado,
ACM disse que falou anteontem
por telefone com FHC. Segundo
ele, a conversa foi "afetuosa".
"O presidente teve ontem (anteontem) a gentileza de me telefonar no momento em que eu visitava o monumento do meu filho
(Luís Eduardo Magalhães, morto
há quase dois anos). Ele (FHC)
prestou alguns esclarecimentos
sobre os últimos acontecimentos
políticos". ACM, contudo, não
quis detalhar a conversa.
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