São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2000


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CRISE NA BASE
Se houver recusa ao mínimo de US$ 100, Congresso não poderá ser "cúmplice de erro", diz senador
ACM quer derrubar provável veto de FHC

da Agência Folha, em Salvador

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) pediu ao Congresso que derrube o provável veto do presidente Fernando Henrique Cardoso ao projeto, defendido por seu partido, que reajusta o salário mínimo para o equivalente a US$ 100 (cerca de R$ 180).
FHC disse que vetará a proposta caso ela seja aprovada. O argumento é que o reajuste provocaria um aumento do rombo na Previdência (leia texto à pág. 1-4).
"Ele pode dizer que veta, mas, se o Congresso não rejeitar, fica cúmplice do erro do presidente", disse ACM, que no início da tarde foi homenageado pela diretoria do Hospital Português, em Salvador (BA). "Se depender de mim, eu recuso o veto dele", acrescentou o presidente do Senado.
Para derrubar um veto presidencial é necessário metade dos votos mais um na Câmara -que tem 513 parlamentares- e no Senado -que possui 81.
ACM afirmou que "é problema do presidente" equacionar o déficit da Previdência.
"O déficit existe há muito tempo. Se for assim, os trabalhadores vão morrer de fome. O que não pode quebrar é o povo. Essa história de quebrar a Previdência Social, quebrar a Fazenda (Ministério da Fazenda), é antiga", disse.
Ele também colocou o aumento do salário mínimo como condição para sua análise do reajuste para o Poder Judiciário. "Primeiro, vamos aumentar o salário dos mais pobres."
ACM declarou também que as relações entre o PFL -que perdeu no início desta semana a maioria na Câmara para o PSDB- e a base do governo serão definidas na próxima semana.
"Não somos infiéis e traidores. Nós somos independentes", disse o senador baiano. Sobre os deputados que migraram para o PSDB, disse não acreditar que eles vão ter qualquer influência efetiva no governo federal.
Depois de ser homenageado, ACM disse que falou anteontem por telefone com FHC. Segundo ele, a conversa foi "afetuosa".
"O presidente teve ontem (anteontem) a gentileza de me telefonar no momento em que eu visitava o monumento do meu filho (Luís Eduardo Magalhães, morto há quase dois anos). Ele (FHC) prestou alguns esclarecimentos sobre os últimos acontecimentos políticos". ACM, contudo, não quis detalhar a conversa.


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