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CPT e polícia divergem
sobre novo assassinato
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário-executivo da Comissão Pastoral da Terra no Xingu, Tarcísio Feitosa, afirmou ontem que mais um agricultor
-Jailton da Silva Lago, 31- foi
morto em razão do conflito agrário na região de Altamira (PA). A
informação da CPT foi contestada
pelo superintende regional da Polícia Civil em Altamira, delegado
Pedro Monteiro. Segundo ele, o
crime aconteceu na terça-feira,
mas o motivo foi uma rixa entre
famílias e não teria vinculação
com as disputas de terras no Pará.
Mesmo assim, para evitar o aumento da tensão no Estado, onde
a missionária norte-americana
Dorothy Stang foi assassinada no
último dia 12, o governo estadual
determinou que o corpo do agricultor fosse levado para Belém e
necropsiado no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.
A Ouvidoria Agrária Nacional,
do Ministério do Desenvolvimento Agrário, confirmou a versão
dada pela Polícia Civil do Pará de
que o crime não teria vinculação
com a disputa de terras. O MST e
o Grupo de Trabalho da Amazônia divulgaram que o agricultor
seria uma liderança de trabalhadores rurais e que seu nome faria
parte de uma lista de pessoas
ameaçadas de morte, o que também foi contestado pela polícia.
Segundo o delegado, um parente do agricultor prestou depoimento ontem e disse que Lago foi
morto a tiros, na margem de um
igarapé, em Assumiri (40 km de
Altamira), e apontou um certo
Angelin como mandante. Monteiro disse que havia uma rixa entre as famílias porque há quatro
anos um parente de Angelin foi
morto por um parente de Lago.
Colaborou a Agência Folha
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