São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2005

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CPT e polícia divergem sobre novo assassinato

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O secretário-executivo da Comissão Pastoral da Terra no Xingu, Tarcísio Feitosa, afirmou ontem que mais um agricultor -Jailton da Silva Lago, 31- foi morto em razão do conflito agrário na região de Altamira (PA). A informação da CPT foi contestada pelo superintende regional da Polícia Civil em Altamira, delegado Pedro Monteiro. Segundo ele, o crime aconteceu na terça-feira, mas o motivo foi uma rixa entre famílias e não teria vinculação com as disputas de terras no Pará.
Mesmo assim, para evitar o aumento da tensão no Estado, onde a missionária norte-americana Dorothy Stang foi assassinada no último dia 12, o governo estadual determinou que o corpo do agricultor fosse levado para Belém e necropsiado no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.
A Ouvidoria Agrária Nacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, confirmou a versão dada pela Polícia Civil do Pará de que o crime não teria vinculação com a disputa de terras. O MST e o Grupo de Trabalho da Amazônia divulgaram que o agricultor seria uma liderança de trabalhadores rurais e que seu nome faria parte de uma lista de pessoas ameaçadas de morte, o que também foi contestado pela polícia.
Segundo o delegado, um parente do agricultor prestou depoimento ontem e disse que Lago foi morto a tiros, na margem de um igarapé, em Assumiri (40 km de Altamira), e apontou um certo Angelin como mandante. Monteiro disse que havia uma rixa entre as famílias porque há quatro anos um parente de Angelin foi morto por um parente de Lago.


Colaborou a Agência Folha


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