e da Agência Folha, em Maceió

Os corpos de Paulo César Farias e de sua namorada Suzana Marcolino serão exumados no próximo fim-de-semana em Maceió (AL) e podem ser transferidos para o IML (Instituto Médico Legal) de Brasília para exames cadavéricos.
O legista alagoano George Sanguinetti defendeu a exumação dos dois corpos. ``A exumação é necessária em qualquer perícia, por isso vamos reexaminar os corpos de PC e de Suzana'', afirmou.
Como Sanguinetti elaborou um parecer médico-legista contestando o laudo oficial elaborado por Fortunato Badan Palhares, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), está impedido de atuar como perito no novo exame e assinar o laudo.
Para a tarefa, ele designou o antropólogo forense José Eduardo Reis, 45, diretor do IML de Brasília. O diretor do IML de São Paulo, Carlos Del Monte, e o perito Lamartine Bizarro Mendes, professor da Academia de Polícia de São Paulo, também estão na equipe.
Reis quer que os corpos sejam trasladados para Brasília. ``O IML de Maceió não tem condições técnicas nem éticas para esse trabalho'', disse Sanguinetti, que recebeu da Justiça a tarefa de coordenar a elaboração do novo laudo.
O corpo de PC foi formolizado (preparado com formol) -o que, em princípio, garante uma boa conservação até hoje. O de Suzana não passou pelo mesmo processo.
A decisão da transferência pode ser confirmada em reunião que ocorrerá em Maceió até sexta.
Os corpos de PC e de Suzana foram encontrados em 23 de junho de 96 na casa da praia do ex-tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Mello, em Guaxuma.
Inquérito da polícia alagoana apontou, com laudos coordenados pelo legista Fortunato Badan Palhares, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a versão de crime passional: Suzana matou PC e depois se suicidou.
A designação de Sanguinetti para elaborar a nova perícia irritou o delegado Cícero Torres, que presidiu o inquérito. ``Eles poderiam indicar qualquer pessoa, menos o Sanguinetti, que é suspeito por ter emitido opinião no caso'', disse.

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