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JUDICIÁRIO
Roberto Luiz Ribeiro Haddad é acusado de improbidade administrativa
Procuradoria move ação contra juiz
FREDERICO VASCONCELOS
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Federal
em São Paulo ofereceu ação civil
pública contra o desembargador
Roberto Luiz Ribeiro Haddad, do
Tribunal Regional Federal da 3ª
Região, acusado de suposta improbidade administrativa. O juiz
está sendo investigado por suspeita de enriquecimento ilícito.
A ação tramita na 22ª Vara Cível
Federal e cita como co-réus a advogada Maria Cristina Haddad,
mulher do desembargador, e a
Shelter Dock Marine Agropecuária Ltda., de propriedade do casal.
É um desdobramento da apuração iniciada a partir de reportagem da Folha, em julho de 99, revelando que os desembargadores
Roberto Haddad e Paulo Theotonio Costa ostentam sinais de riqueza que contrastam com o padrão comum dos juízes (Theotonio Costa foi afastado do cargo).
A Folha revelou que Haddad e
sua mulher moram em apartamento adquirido em 1998 por R$
900 mil, em São Paulo, eram proprietários de várias chácaras, em
Salto de Pirapora, e de imóveis em
Ubatuba. Possuíam uma embarcação luxuosa e mais de 30 veículos. Depois de publicada a reportagem, diversos bens foram conferidos em aumento de capital ao
patrimônio da Shelter Dock Marine, pelo valor de R$ 3 milhões.
A eventual comprovação de improbidade pode sujeitar o magistrado à perda de função e ressarcimento ao erário. A ação foi oferecida depois que a juíza federal Regina Helena Costa, da 14ª Vara Cível, autorizou em outubro o MPF
a prosseguir investigação suspensa desde 99 por liminar do então
presidente do TRF, José Kallás.
Haddad e Theotonio Costa estão sendo investigados pelo STJ
por suspeita de enriquecimento
ilícito. Em dezembro, o MPF ofereceu denúncia contra Haddad,
sob acusação de crime de falsificação de documentos para ocultar
sonegação de impostos. Haddad e
Costa moveram, cada um, ação de
indenização por danos morais
contra a Folha. Haddad obteve
sentença favorável em primeira
instância. A Folha recorreu.
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