São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2000


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Governo dizia ter 26 votos

da Reportagem Local


A tropa de choque do prefeito Celso Pitta, formada pelos vereadores Brasil Vita (PPB), Wadih Mutran (PPB) e Miguel Colasuonno (PMDB), manteve-se coerente e deu os únicos três votos contrários à instalação da comissão processante contra Pitta.
Pela manhã, Colasuonno dizia acreditar que os governistas teriam 26 votos contra a continuidade do processo. Ele compareceu à reunião do PMDB à tarde, mas saiu antes do final. Era voto vencido. Tentou ponderar com os colegas de que os peemedebistas, até aquele momento, vinham apoiando o prefeito e não fazia sentido abandoná-lo agora.
Colasuonno também argumentou que a imagem dos governistas já estava arranhada e, independentemente de o processo de impeachment ter continuidade ou não, os vereadores teriam de trabalhar nos bairros para conseguir se eleger. Para isso, acenava com o apoio do Executivo para aqueles que ajudassem o prefeito.
Amigo pessoal do ex-prefeito Paulo Maluf, Colasuonno passou o fim-de-semana telefonando para os vereadores mais chegados. O máximo que ouviu de alguns foi a expressão "indeciso".
Brasil Vita ficou boa parte do tempo da sessão ligado ao Palácio das Indústrias. Pouco conversou com os colegas. Sabia que teria o apoio de seu partido, o PPB. Depois de um tumulto envolvendo Toninho Paiva (PFL) e Carlos Neder (PT), disse apenas que aqueles incidentes tinham "mais um lado demagógico do que real".
Wadih Mutran participou de várias rodinhas para tentar reverter a tendência de vereadores em aprovar o início do processo de impeachment. Nervoso, gesticulava bastante quando conversou com Antonio Goulart (PMDB). Também tentou demover Alan Lopes e Luiz Paschoal (PL), mas não obteve sucesso. Mesmo assim, ganhou o apoio de Archibaldo Zancra e Viviani Ferraz, ambos do PL, que se abstiveram da votação. Mutran afirmou que seus colegas lhe disseram que votariam pelo processo porque, desta forma, estariam dando um espaço para o prefeito se defender. Para ele, quem votou a favor do processo "está concordando com as denúncias de Nicéa Pitta".


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