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REGIME MILITAR
Conselho Federal de Medicina estuda recurso
Médico acusado de cooperar com tortura tem sua cassação anulada
FREE-LANCE PARA A SUCURSAL DO RIO
O CFM (Conselho Federal de
Medicina) estuda recurso contra
o mandado de segurança obtido
pelo médico e general-de-brigada
Ricardo Agnese Fayad, que anulou a cassação de seu registro profissional por acusação de participação na tortura de presos políticos durante a ditadura militar.
A anulação da pena foi concedida pela juíza Novéli Vilanova da
Silva Reis, da 7ª Vara Federal, que
deu 30 dias para o cumprimento.
O processo de cassação do registro de Fayad se iniciou em
1988, após revelações do também
médico do Exército Amílcar Lobo
no ano anterior. Em outubro de
1998, o juiz Aloísio Lima, do Tribunal Federal Regional de Brasília, ordenou o restabelecimento
do registro do médico, mas o
CFM recorreu da sentença.
Fayad é acusado por ex-presos
políticos de preparar, junto com
Lobo, os militantes para a tortura
nas dependências do DOI-Codi
(Destacamento de Operações de
Informações-Centro de Operações de Defesa Interna), no Rio.
"É uma decisão absurda. Vamos soltar uma nota e pedir que o
Conselho Federal de Medicina recorra da decisão, pois as provas
contra Fayad são contundentes",
disse a vice-presidente da ONG
Tortura Nunca Mais, Cecília
Coimbra, que foi atendida por
Amílcar Lobo no DOI-Codi do
Rio após sessões de tortura.
A decisão da juíza considerou
que o processo prescreveu porque
a atuação de Fayad teria sido em
1971 e 1972 e a punição não pode
ser aplicada por causa da Lei da
Anistia. Além disso, a sentença
afirma que não houve acusação
específica contra Fayad, além da
citação no processo contra Lobo.
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