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Presidente estuda retomar reforma em seu 1º escalão
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em conversas reservadas
desde que retornou da África, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva deu sinais de
que pode realizar em breve
modificações no primeiro
escalão do governo. Seria
uma reabertura da reforma
ministerial ampla, engavetada há quatro semanas.
Preocupam Lula a desarticulação política no Congresso e, especificamente, o
bombardeio contra o ministro da Previdência, Romero
Jucá, indicação do PMDB.
Lula deve ter novas conversas para discutir a eventual e
delicada troca de Jucá, de Aldo Rebelo (Coordenação
Política) e até de outros ministros -um aliado e mais
um ou dois petistas.
Nos bastidores, o PT continua a minar Aldo, dizendo
que perdeu credibilidade.
Fritado desde maio de 2004
por petistas, Aldo tem ficado
por vontade de Lula. O PT
ainda quer colocar o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (SP) no lugar dele.
João Paulo, que fez ataque a
Jucá, criando desconforto
no Planalto, no PMDB e na
cúpula petista, já se mostra
disposto a uma recomposição com peemedebistas.
A eventual saída de Jucá,
que responde diariamente a
acusações de desvio de verbas, teria de ser por iniciativa
do ministro ou do PMDB do
Senado. Por ora, o governo o
banca em nome da governabilidade. Apesar disso, o senador Hélio Costa (PMDB-MG) é aventado como opção
para a Previdência.
Lula tem advertido auxiliares a não vazar informações
para a imprensa, sob pena
de desistir de vez de realizar
trocas. O presidente atribui à
imprensa parte do desgaste
que sofreu ao discutir por
cinco meses ampla reforma
ministerial e engavetá-la.
Acha que a mídia transformou a eventual reforma
num jogo de "toma-lá-dá-cá", segundo expressão de
um assessor direto, e que isso o obrigou a suspendê-la.
A oportunidade veio com
o ultimato do presidente da
Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), que exigiu a nomeação de um ministro pepista sob pena de rumar para a oposição. A repercussão
da exigência serviu para Lula
frear a reforma ampla e nomear apenas dois ministros
-Jucá e Paulo Bernardo
(Planejamento).
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