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Partidos cobiçam apoio de Cabo Camata
do enviado especial
Dejacir Cabo Camata incorporou a patente militar ao seu nome
eleitoral e deu trabalho aos políticos do Espírito Santo em 1994,
quando deixou de ser uma "zebra"
e disputou o segundo turno contra
Vitor Buaiz, então candidato vitorioso do PT.
Eleito prefeito de Cariacica, em
96, chega ao pleito deste ano com
muito cacife. A sua figura incomoda qualquer defensor dos direitos
humanos, mas quase todos os partidos cobiçam o seu apoio.
"Não sou de fazer futrica política, por isso digo logo para você:
meu apoio na eleição vai para Albuíno Azeredo", disse à Folha na
noite da última quinta-feira.
Azeredo, ex-governador, é provável candidato do PDT ao cargo
que ocupou entre 1991 e 94.
A vida política do Cabo, primo
do senador Gerson Camata
(PMDB-ES), casado com a deputada Rita Camata (PMDB-ES), começou como líder da filial capixaba da Associação de Cabos e Soldados, uma espécie de sindicato
da Polícia Militar, que tem servido
de ponte entre PMs e as urnas.
Policial desde 1976, o então cabo, depois de muitos tumultos e
várias prisões por indisciplina, foi
expulso da PM em 1987, por ordem do ex-governador Max Mauro. "A minha luta por melhores salários incomodava", conta ele.
Em 1990, motivado por ex-colegas da tropa, foi eleito deputado
estadual devido a um discurso que
pregava a perseguição e morte a
todos os "bandidos".
Sempre teve a sua vida ligada à
morte até debaixo d'água: "Sou
recordista em tirar cadáveres do
fundo de rios e do mar, quando
estive no Corpo de Bombeiros".
O Cabo Camata dirige uma cidade também marcada pela violência contra os políticos.
O último atentado de vulto ocorreu na noite de 31 de dezembro de
1997, quando o deputado estadual
e locutor de rádio Antário Filho
(PSDB) foi morto quando transmitia a passagem de ano na Tropical FM. Os pistoleiros foram presos, mas a polícia ainda não sabe o
nome dos possíveis mandantes.
Jesus Vaz, vice-prefeito da mesma cidade, levou um tiro no ano
passado. Escapou. Na última sexta-feira citava, entre os suspeitos,
o grupo de Camata. O motivo, segundo Vaz: ter apontado corrupção em licitações da prefeitura.
(XS)
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