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SUCESSÃO
Apenas dez parlamentares declararam que não são candidatos na eleição de outubro; 88,5% vão concorrer
Maioria dos deputados busca a reeleição
LUIZA DAMÉ
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
A maioria dos
deputados pretende voltar à
Câmara no próximo ano. De
um total de 513
parlamentares,
454 estão decididos a disputar a
reeleição, o que equivale a 88,5%
da composição da Casa.
Outros 49 deputados disputarão
cargos fora do Legislativo Federal
ou ainda não decidiram se vão
concorrer. Apenas dez declararam
que não serão candidatos nas próximas eleições.
O líder do governo na Câmara,
Luís Eduardo Magalhães
(PFL-BA), e a deputada Marta Suplicy (PT-SP) querem trocar o Legislativo por um cargo no Executivo. Os dois já são os pré-candidatos ao governo de seus Estados.
A decisão de Luís Eduardo faz
parte do projeto do partido de alcançar a Presidência da República
no ano 2002.
O governo da Bahia será usado
como trampolim na tentativa de
suceder o presidente Fernando
Henrique Cardoso -em um
eventual segundo mandato do tucano.
Em SP
Marta Suplicy foi a saída encontrada pelo PT para enfrentar o
desgaste político do partido em
São Paulo. Sem candidatos de expressão, o partido optou por arriscar com uma candidatura alternativa.
A deputada não é a única do PT
que não disputará a reeleição. De
uma bancada de 50, pelo menos 5
disputam outros cargos e 5 desistiram de concorrer.
No maior partido da Câmara, o
PFL, 88% da bancada vai disputar
a reeleição. Dos 111 deputados, 98
querem voltar à Casa.
O levantamento sobre a intenção
dos parlamentares em se recandidatar foi feito no final do ano passado pela Folha. Na semana passada os dados foram atualizados.
Cassação
Deputados, alvos de processos
de cassação por falta de decoro,
fazem campanha para voltar à Câmara, confiantes na absolvição.
No início do próximo mês, o deputado Pedrinho Abrão
(PTB-GO) saberá se poderá disputar as eleições.
O julgamento do parlamentar
está marcado para o dia 5. Abrão é
acusado de ter cobrado propina
para manter os recursos destinados à barragem do Castanhão
(Ceará) no Orçamento da União,
em dezembro de 1996.
O deputado teria cobrado da
construtora Andrade Gutierrez,
responsável pela obra, 4% da parcela de R$ 43 milhões.
Mesmo respondendo a dois processos de cassação, o deputado
Chicão Brígido (PMDB-AC) está
confiante em sua reeleição. Ele espera ser o mais votado em seu Estado.
Chicão é acusado de vender seu
voto a favor do projeto que permite a reeleição de Fernando Henrique Cardoso por R$ 200 mil. Também foi denunciado por alugar
seu mandato para a suplente Adelaide Neri (PMDB-AC).
Chicão confessou que ficava
com parte do salário dos funcionários do gabinete e que pediu à
suplente quota de passagens aéreas e metade do salário extra a
que tinha direito durante a convocação extraordinária.
Outros dois deputados do Acre
envolvidos no processo de compra de votos pela reeleição, Osmir
Lima (PFL) e Zila Bezerra (PFL),
estão indecisos.
'"Estou meio desencantado com
a política depois do absurdo que
foi o envolvimento de meu nome
no escândalo da compra de votos", disse Osmir.
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