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REFORMAS
Indicado de Lula afirmou que carreiras são mais importantes que outras
Juízes e MP são vitais, diz procurador
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Indicado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva para ser o novo procurador-geral da República, Cláudio Lemos Fonteles, 56,
disse, durante sabatina no Senado, que juízes e procuradores são
"mais vitais que médicos, engenheiros e químicos", ao defender
direitos deles que estão ameaçados pela reforma da Previdência,
como aposentadoria integral.
"O texto constitucional diz o seguinte: magistrados e membros
do Ministério Público são vitais. O
Parlamento também é. Mas, no
contexto dos servidores públicos,
[magistrados e procuradores] são
vitais, mais vitais que médicos,
engenheiros e químicos. A Constituição disse isso: são vitais para
que o Brasil exista."
Com essa afirmação, ele fez uma
interpretação do que dispõe a
Constituição sobre o papel da Justiça e do Ministério Público, para
responder ao líder do PT no Senado, Tião Viana (PT-AC), que criticou a defesa de privilégios de categorias no momento em que 40
milhões de brasileiros não têm direito à aposentadoria.
A sabatina durou cerca de quatro horas e esse foi o único momento de desconforto para o procurador-geral indicado. Ao final,
o seu nome foi aprovado por decisão unânime da Comissão de
Constituição e Justiça.
Subprocurador-geral da República, Fonteles ainda depende da
aprovação do plenário do Senado
para suceder Geraldo Brindeiro,
que deixa o cargo no dia 28, depois de oito anos exercendo-o.
Simpatizante do PT, ele disse
que não será "servil" ao governo
Lula. "Fui escolhido por um partido, mas não sou de um partido.
Tenho minhas opções políticas,
mas não serei servil nunca."
Ele deixou claro que não abrirá
mão de exercer a liderança sobre
os demais procuradores para
conter eventuais abusos.
A sabatina ocorreu um dia após
representantes de todo o Judiciário reunirem-se na sede do STF
(Supremo Tribunal Federal) e
aprovarem pressionar o governo
a criar um regime previdenciário
exclusivo para preservar a aposentadoria integral e a paridade
de reajuste entre ativos e inativos.
Fonteles defendeu a realização
de "uma batalha contra a alta corrupção", como alternativa para
combater o rombo do INSS. "Enquanto estamos aqui debatendo,
alguém deve estar dando uma arrombada violenta na Previdência
Social." Ele negou motivação corporativa na defesa de direitos dos
procuradores.
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