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Presidente vai à Casa Branca tentar "vender" projeto de Brasil a Bush
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Em sua conversa privada com o
presidente dos Estados Unidos,
George W. Bush, amanhã na Casa
Branca, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva procurará "vender"
seu projeto de Brasil.
Lula dará ênfase à "solidez" de
sua política econômica e frisará
que a volta de um crescimento
sustentado no Brasil deve colocar
mais "energia" nos programas sociais que vêm sendo implementados no país.
Segundo a Folha apurou, o governo brasileiro considera uma
"deferência muito grande" o tempo de quase três horas que Bush
vai dedicar ao encontro.
Lula vê também um "significado especial" no fato de dez ministros brasileiros terem sido convidados para a reunião -o que caracterizará um encontro de cúpula entre os dois países.
Será a primeira reunião neste
formato na história das relações
bilaterais entre Brasil e EUA. Os
americanos só realizaram iniciativas desse tipo com o México, o
Canadá e a União Européia.
Além de Bush, Lula deverá receber, na embaixada brasileira em
Washington, o diretor-gerente do
FMI (Fundo Monetário Internacional), Horst Kohler, o presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, e o presidente da entidade sindical americana AFL-CIO, John Sweeney.
Do ponto de vista prático, cada
ministro brasileiro levará ao encontro uma série de propostas para acordos e parcerias em suas
respectivas áreas.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, por exemplo, deve assinar uma parceria na
área nuclear não-militar.
Roberto Rodrigues, da Agricultura, pretende obter um sinal verde para a padronização de regras
sanitárias e compromissos de
acesso ao mercado americano de
carnes in natura.
O Brasil considera ainda que a
atual relação com os EUA atravessa o seu melhor momento em
muitos anos e que o país é reconhecido hoje como uma liderança
em toda a América Latina.
Do ponto de vista americano,
no entanto, há uma série de críticas em direção ao Brasil, principalmente na área comercial. O
país é considerado "leniente" na
questão da pirataria de produtos
americanos e no desrespeito a patentes industriais.
Os dois países também não se
entenderam nas negociações para
a formação da Alca (Área de Livre
Comércio das Américas).
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