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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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Presidente vai à Casa Branca tentar "vender" projeto de Brasil a Bush

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Em sua conversa privada com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, amanhã na Casa Branca, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurará "vender" seu projeto de Brasil.
Lula dará ênfase à "solidez" de sua política econômica e frisará que a volta de um crescimento sustentado no Brasil deve colocar mais "energia" nos programas sociais que vêm sendo implementados no país.
Segundo a Folha apurou, o governo brasileiro considera uma "deferência muito grande" o tempo de quase três horas que Bush vai dedicar ao encontro.
Lula vê também um "significado especial" no fato de dez ministros brasileiros terem sido convidados para a reunião -o que caracterizará um encontro de cúpula entre os dois países.
Será a primeira reunião neste formato na história das relações bilaterais entre Brasil e EUA. Os americanos só realizaram iniciativas desse tipo com o México, o Canadá e a União Européia.
Além de Bush, Lula deverá receber, na embaixada brasileira em Washington, o diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Horst Kohler, o presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, e o presidente da entidade sindical americana AFL-CIO, John Sweeney.
Do ponto de vista prático, cada ministro brasileiro levará ao encontro uma série de propostas para acordos e parcerias em suas respectivas áreas.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, por exemplo, deve assinar uma parceria na área nuclear não-militar.
Roberto Rodrigues, da Agricultura, pretende obter um sinal verde para a padronização de regras sanitárias e compromissos de acesso ao mercado americano de carnes in natura.
O Brasil considera ainda que a atual relação com os EUA atravessa o seu melhor momento em muitos anos e que o país é reconhecido hoje como uma liderança em toda a América Latina.
Do ponto de vista americano, no entanto, há uma série de críticas em direção ao Brasil, principalmente na área comercial. O país é considerado "leniente" na questão da pirataria de produtos americanos e no desrespeito a patentes industriais.
Os dois países também não se entenderam nas negociações para a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).


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