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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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Lula recebe o prêmio Príncipe de Astúrias por luta contra a pobreza

NATHALIA JABUR
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM MADRI

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou ontem o Prêmio Príncipe de Astúrias de Cooperação Internacional. A condecoração é uma das mais importantes da Espanha e reafirma o prestígio do líder petista naquele país.
A entrega do prêmio será realizada em outubro, na cidade de Oviedo. Lula receberá 50 mil euros e uma escultura de Joan Miró. O presidente receberá o prêmio ao lado de outras sete personalidades agraciadas com a distinção. A lista inclui o filósofo alemão Jürgen Habermas (um dos principais pensadores da atualidade), a escritora norte-americana Susan Sontag, o teólogo Gustavo Gutiérrez Merino (criador da Teologia da Libertação) e a primatologista britânica Jane Goodall (famosa por sua luta pela preservação dos chimpanzés), entre outros.
Em relação a Lula, o júri destacou sua "superação pessoal" e seu histórico de luta contra a pobreza, a desigualdade e a corrupção. A Fundação Príncipe de Astúrias justificou a escolha do petista por "sua vontade de estabelecer pontes entre América e Europa ao sugerir um fórum internacional de luta contra a fome". Os responsáveis pela escolha afirmaram que o prêmio constitui um estímulo e uma demonstração de confiança em Lula, por ser um líder que "revitaliza" os fóruns internacionais.
O presidente do júri, Leopoldo Calvo Sotelo, disse que premiar Lula é "um risco", mas que o brasileiro "começou com boa mão e já mereceu a confiança de forças econômicas importantes".
A divulgação da premiação teve grande repercussão: a notícia desbancou, nas rádios, TVs e internet, a informação mais esperada dos últimos dias, a de que o inglês David Beckham passará os próximos quatro anos no Real Madrid. A candidatura de Lula foi apresentada pelo reitor da Universidade de Oviedo e apoiada por mais de 30 universidades do mundo.
Lula receberá neste ano a mesma distinção concedida ao então presidente Fernando Henrique Cardoso, que recebeu o prêmio em 27 de outubro de 2000.
Chamado de neoliberal por David Ruiz, catedrático de História Contemporânea da Universidade de Oviedo, FHC criticou em seu discurso as vítimas da exclusão do mercado e afirmou que as crises econômicas haviam deixado "no desalento os países onde vivem os "deserdados da terra'" (expressão que consta da Internacional, conhecido hino comunista).


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