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GOVERNO
PSDB, PFL e PPB, que queriam que Renan Calheiros fosse demitido também, viram ministro ser reforçado
Pressão aliada anti-PMDB adiou mudança
FERNANDO RODRIGUES
da Sucursal de Brasília
A principal razão para o presidente Fernando Henrique Cardoso ter hesitado em demitir o recém-nomeado diretor-geral da
Polícia Federal, João Batista Campelo, é que líderes de três dos principais partidos governistas também exigiam a demissão do ministro da Justiça, Renan Calheiros.
Segundo a Folha apurou, a avaliação de PSDB, PFL e PPB é que a
demissão de Campelo agora reforça a posição do PMDB, que é o partido de Renan Calheiros. Além do
mais, já foi anunciado em Brasília
que FHC deve se reunir com Renan Calheiros na segunda-feira para discutir a sucessão na PF.
O PMDB havia deixado claro que
a indicação de Campelo foi responsabilidade do presidente. Calheiros humilhou o nomeado
quando lhe deu posse, nesta semana, sem nem ao menos chamá-lo
para um despacho no seu gabinete
depois da cerimônia.
Para os outros aliados de FHC, é
uma demonstração de fraqueza livrar-se apenas de Campelo. Na
avaliação deles, os peemedebistas
assumiram uma postura arrogante. Um exemplo citado são as declarações, antes da nomeação de
Campelo, de que o PMDB não
apoiava esse nome.
Os aliados de FHC queriam a demissão de Campelo e a escolha de
um novo diretor-geral da PF sem
interferência do PMDB e do ministro da Justiça. Nesse sentido, a reunião já programada entre o presidente e Calheiros é uma derrota
para PSDB, PFL e PPB.
São os seguintes os principais adversários do PMDB dentro do governo, segundo a Folha apurou, e
que estão exigindo uma redução
da influência dos peemedebistas:
a. PSDB - Tasso Jereissati (governador do Ceará), Mário Covas (governador de São Paulo), Pimenta
da Veiga (ministro das Comunicações e coordenador político de
FHC) e Aécio Neves (líder do
PSDB na Câmara);
b. PFL - Antonio Carlos Magalhães (presidente do Senado, que
ontem disse: "Evidentemente, isso
não fortalece o governo, nomear
alguém por 48 horas") e Jorge Bornhausen (presidente do PFL);
c. PPB - Esperidião Amin (governador de Santa Catarina).
Por paradoxal que possa parecer,
o principal aliado do PMDB dentro do governo é o próprio presidente. FHC considera não ser viável dispensar o PMDB agora, pois
o país ainda se recupera de uma
crise econômica, e faltam reformas
imprescindíveis para serem votadas no Congresso.
O grande problema é que ACM
parece ter se convencido de que é
necessário isolar o PMDB. Isso foi
um dos temas de sua conversa com
Covas, num almoço recente.
Nesse episódio em que Renan
Calheiros quase saiu do Ministério
da Justiça, tanto ACM como Covas
já tinham um candidato para o
cargo: o deputado federal Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB-SP), relator
da reforma do Judiciário.
A sugestão era que FHC demitisse Calheiros, desse o cargo para
um político de confiança dos outros governistas (Nunes Ferreira se
dá bem com ACM) e entregasse
um cargo menor ao PMDB.
O problema para PSDB, PFL e
PPB é que o PMDB identificou a
estratégia, com a ajuda de FHC.
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