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NO AR
Vedetismo
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
ACM, de Portugal, seguiu
nas ofensas ao presidente do
Supremo. Mas as Globos não
aguentaram mais, depois de
uma semana de ultraje, e até
esboçaram uma certa crítica
ao imperador baiano.
Ele seguiu com destaque nas
outras redes, com Boris Casoy
comentando na Record que se
percebe "a mesma petulância
de Jânio Quadros" no novo
candidato a presidente.
O próprio ACM citava Jânio
Quadros esta semana. Ontem
ele mostrou que tem mais em
comum, além da petulância,
com o ex-presidente.
Depois de sentir o cansaço da
retórica de ofensa nas Globos,
passou a se contradizer e até a
fazer piada de si mesmo:
- Eu fui à posse (de Carlos
Velloso) e senti que ele ficava
doido para encostar na mídia.
Não é a postura de presidente
do Supremo. Pode até ser de
presidente do Senado...
E depois:
- Vedetismo é bom no palco,
não no Supremo...
ACM se sabe uma vedete, no
palco dos telejornais.
Já era esperado, mas lá veio o
plantão do Jornal Nacional,
em inflexão urgente:
- Diretor da Polícia Federal
acaba de pedir demissão.
Na locução vinha embutida
a volta da guerra pela PF:
- Ele entregou a carta ao
general Alberto Cardoso...
E não ao ministro da Justiça,
no recado ao peemedebista
Renan Calheiros. No conflito
para desalojar o PMDB, ACM
e seus amigos pareciam ter
derrubado um ministro.
Mas não, depois a história
mudou, encenada do Palácio
do Planalto. Quem cuidou do
anúncio formal, inclusive nas
Globos, foi "a assessoria do
Ministério da Justiça".
A carta foi endereçada a
FHC, mas "o presidente ligou
para o ministro avisando da
decisão de aceitar" e, mais,
"que eles (dois) vão acertar
quem deverá assumir".
Ainda não foi desta vez, para
o PSDB e seu amigo PFL.
E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br
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