São Paulo, Sábado, 19 de Junho de 1999
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NO AR
Vedetismo

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

ACM, de Portugal, seguiu nas ofensas ao presidente do Supremo. Mas as Globos não aguentaram mais, depois de uma semana de ultraje, e até esboçaram uma certa crítica ao imperador baiano.
Ele seguiu com destaque nas outras redes, com Boris Casoy comentando na Record que se percebe "a mesma petulância de Jânio Quadros" no novo candidato a presidente.
O próprio ACM citava Jânio Quadros esta semana. Ontem ele mostrou que tem mais em comum, além da petulância, com o ex-presidente.
Depois de sentir o cansaço da retórica de ofensa nas Globos, passou a se contradizer e até a fazer piada de si mesmo:
- Eu fui à posse (de Carlos Velloso) e senti que ele ficava doido para encostar na mídia. Não é a postura de presidente do Supremo. Pode até ser de presidente do Senado...
E depois:
- Vedetismo é bom no palco, não no Supremo...
ACM se sabe uma vedete, no palco dos telejornais.

Já era esperado, mas lá veio o plantão do Jornal Nacional, em inflexão urgente:
- Diretor da Polícia Federal acaba de pedir demissão.
Na locução vinha embutida a volta da guerra pela PF:
- Ele entregou a carta ao general Alberto Cardoso...
E não ao ministro da Justiça, no recado ao peemedebista Renan Calheiros. No conflito para desalojar o PMDB, ACM e seus amigos pareciam ter derrubado um ministro.
Mas não, depois a história mudou, encenada do Palácio do Planalto. Quem cuidou do anúncio formal, inclusive nas Globos, foi "a assessoria do Ministério da Justiça".
A carta foi endereçada a FHC, mas "o presidente ligou para o ministro avisando da decisão de aceitar" e, mais, "que eles (dois) vão acertar quem deverá assumir".
Ainda não foi desta vez, para o PSDB e seu amigo PFL.

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


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