São Paulo, Sábado, 19 de Junho de 1999
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PT
Oposição vê favorecimento a empresa
Licitação do governo Dutra gera acusação

da Agência Folha, em Porto Alegre

O secretário de Comunicação do governo gaúcho, Guaracy Cunha, está sendo acusado pela oposição de favorecer uma empresa de vídeo, da qual foi sócio, para produzir material de divulgação da administração Olívio Dutra (PT).
A Cooedição (Cooperativa de Produção e Edição) foi selecionada em uma licitação regular, mas o deputado oposicionista João Osório (PMDB), que define o fato como ""antiético e imoral, contrário a tudo o que costuma pregar o PT", convocou Cunha (que era 1 entre 34 sócios) a depor na Assembléia.
Cunha se afastou da Cooedição no dia 12 de dezembro, antes de Olívio tomar posse. Em janeiro, pediu a contratação emergencial de uma empresa para produzir vídeos de divulgação enquanto uma licitação estava em andamento.
O governo distribuiu cartas-convite para três empresas (a Cooedição, a MM Produtores e a RBS Vídeo). Apenas a Cooedição, porém, apresentou proposta.
Cunha consultou a Procuradoria-Geral do Estado sobre a possibilidade de contratar a Cooedição. A procuradora Maria Velasques emitiu parecer no dia 15 de março dizendo que não havia ilegalidade.
O governo gaúcho, porém, esperou pela conclusão da licitação. Novamente, só a Cooedição participou. Em abril, a empresa foi contratada, recebendo R$ 28,8 mil mensais por um ano.
O depoimento de Cunha, no dia 31 de maio, durou quatro horas. O secretário disse que a Cooedição, além de prestar serviços para o governo, o faz para a TV Educativa desde o governo anterior (Antônio Britto, do PMDB), o PPB (oposição) e o próprio Legislativo.
Além disso, segundo Cunha, na administração anterior, o Estado pagava, pelo mesmo serviço, R$ 50.041,60 à empresa Prisma, subcontratada da agência de propaganda SL&M (R$ 44.680 para a Prisma e R$ 5.361 para a SL&M, pela subcontratação).
""Estão me acusando de falta de ética, mas considero que, eticamente, estou economizando R$ 22 mil para o Estado", disse.

Rio de Janeiro
A criação de núcleos "fantasmas" no Rio começou a ser investigada pela corrente petista Refazendo, que denunciou nesta semana a existência de um "esquema industrial" de filiações ao PT, supostamente incentivado pela vice-governadora Benedita da Silva.
Ontem, nova denúncia relata suposto incentivo de filiações ao PT por parte de prefeituras de partidos que dão apoio à aliança que levou o PDT e o PT ao governo.
Benedita da Silva anunciou que não pretende falar sobre as acusações. "O que estão dizendo é mentira. Quero que as irregularidades sejam apuradas. Eu estou conhecendo o caso pelos jornais", disse.


Colaborou a Sucursal do Rio

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