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Direção do PSDB obriga prefeita de
Arapiraca a retirar apoio a Collor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pressionada pelo comando nacional do PSDB, a prefeita de Arapiraca (AL), Célia Rocha (PSDB),
recuou de seu apoio ao ex-presidente Fernando Collor (PRTB),
candidato ao governo de Alagoas.
A pressão incluiu desde a ameaça de expulsão da prefeita até uma
reunião do presidente Fernando
Henrique Cardoso no Palácio da
Alvorada com os senadores alagoanos Teotônio Filho (PSDB) e
Renan Calheiros (PMDB) e o governador Ronaldo Lessa (PSB).
Para evitar maior desgaste na
campanha do tucano José Serra,
logo pela manhã, o presidente do
partido, José Aníbal (SP), divulgou nota informando que a Executiva Nacional tomaria as medidas para a expulsão da prefeita.
Aníbal considerou "inadmissível"
o apoio de qualquer de seus quadros a Collor, que "personaliza o
que há de mais nefasto e condenável em termos políticos".
Aliados de Serra procuraram
atuar imediatamente, porque entenderam que o apoio da prefeita
a Collor comprometeria a estratégia do PSDB de associar Ciro Gomes (PPS) ao ex-presidente e daria o discurso a Ciro de que "Serra
é o genérico de Collor".
Antes de avisar Aníbal de que a
prefeita havia recuado, Teotônio
Vilela se reuniu com FHC e Renan. A prefeita é mulher do ministro da Integração Nacional,
Luciano Barbosa, indicado por
Renan para ocupar a pasta.
O PSDB quer utilizar o caso da
prefeita de Arapiraca como um
exemplo aos possíveis dissidentes: quem ameaçar a campanha
de José Serra será punido, podendo ser até expulso do partido. O
recado tucano tem endereço certo: Ceará e Maranhão, Estados
onde o partido ensaia trocar a
candidatura Serra por Ciro Gomes e Lula, respectivamente.
A notícia de que Célia decidira
apoiar Fernando Collor (PRTB)
ao governo de Alagoas atingiu o
PSDB em um momento de crise
provocada pela subida de Ciro
Gomes (PPS) nas pesquisas. Se o
apoio fosse consolidado, acabaria
com o discurso tucano de comparar Ciro ao ex-presidente e de criticar o apoio do PPS e do PTB à
candidatura de Collor.
Ao mesmo tempo, o partido
tenta conter a possível debandada
de políticos do PFL, do PPB e do
PMDB rumo à candidatura de Ciro. A missão seria dificultada se
tucanos também passassem a deixar a campanha de Serra.
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