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Presidente do STJ rebate petistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), ministro Nilson Naves, reagiu à nota que o PT
divulgou ontem e acusou o partido de tentar "jogar a opinião pública contra o Poder Judiciário" e
disse que a verdadeira causa do
déficit da Previdência é a má gestão pelos governos anteriores.
Naves afirmou que, ao contrário dos empregadores do setor
privado, o governo "jamais depositou um tostão na contrapartida
do funcionalismo público" e que,
por isso, "não conseguiu formar o
caixa necessário para pagar o que
prometeu". O ministro se referia
ao fato de que, no setor privado, o
trabalhador paga contribuição
equivalente aos 11% do benefício
que receberá e a empresa recolhe
16,5% desse valor. A União não
teria dado a contrapartida, que seria necessária para garantir a aposentadoria integral do servidor.
"Os líderes no Congresso e todos nós sabemos que a culpa do
déficit existente hoje na Previdência pública não é dos seus servidores, mas da negligência do próprio governo", disse Naves.
Outra reação contra a nota do
PT foi do presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), Cláudio Baldino Maciel.
Para ele, "fragilizar o Judiciário
brasileiro significa pura e simplesmente tirar o poder da sociedade de pôr limites constitucionais na atuação dos governos."
Maciel reafirmou que há risco
de "desestruturação do Poder Judiciário" e disse lamentar a necessidade de mobilização dos juízes
contra a reforma. Para ele, a reação dos juízes, que ameaçam fazer
greve, visa a "preservar o Judiciário como instituição democrática
capaz de conter os naturais excessos do Poder Executivo".
Cresceu o risco de deflagração
da primeira greve dos juízes nos
próximos dez dias, devido à apresentação do relatório da reforma
da Previdência. O presidente da
AMB afirmou que defenderá a
greve na reunião de 56 entidades
de classe da Justiça na segunda-feira, em Brasília: "Vamos às últimas consequências. Tratam-nos
como servidores normais, e greve
é coisa de servidor normal".
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