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COMUNICAÇÃO
Os dois institutos a serem contratados receberão de R$ 4 mi a R$ 5 mi por ano
Planalto abrirá licitação para pesquisa
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto vai abrir
nos próximos dias licitação pública para contratar dois institutos
de pesquisa, ao custo de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões por ano, para
fazer as pesquisas de opinião pública de interesse do governo.
O assunto foi discutido nos últimos seis meses no âmbito da Secom (Secretaria de Comunicação
e Gestão Estratégica), comandada
pelo ministro Luiz Gushiken. A
Secom preparou o edital, que agora é analisado pela Casa Civil da
Presidência, antes de ser publicado no "Diário Oficial" da União.
Marcus Flora, secretário-adjunto da Secom, disse ontem que a
contratação das agências nada
tem a ver com a crescente queda
de popularidade do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Pesquisas de opinião indicam
que o governo Lula, desde a posse,
vem perdendo popularidade. A
última delas, da CNI/Ibope, divulgada em 29 de junho, indicava
que o governo era avaliado positivamente por só 29% da população. Pesquisa CNT/Sensus divulgada uma semana antes, no dia
22, mostrou uma avaliação positiva de 29,4% -ambos em queda.
Segundo Flora, o governo quer
restringir a pesquisa a dois institutos para acompanhar com mais
exatidão os resultados a longo
prazo. Atualmente, as pesquisas
são feitas por diversos institutos,
que usam metodologia diferente,
o que dificulta a comparação.
Até agora, a gestão Lula vem
usando o mesmo método do governo Fernando Henrique Cardoso em relação à contratação de
pesquisas: os institutos são contratados pelas agências de publicidade que detêm a conta da publicidade institucional do governo.
Com essa triangulação, paga-se
pesquisa com verba publicitária e
se contorna a exigência legal de licitação. Com a contratação dos
institutos, acaba a triangulação.
Continuam sob a responsabilidade das três agências que têm a
conta da publicidade institucional
do governo (Duda Mendonça,
Matisse e Lew, Lara) as pesquisas
previstas em seus contratos: de
pré-teste e "recall".
A pesquisa pré-teste avalia a
aceitação de uma propaganda oficial assim que ela é colocada no ar.
O "recall" avalia se a propaganda
atingiu ou não seu objetivo.
O edital preparado pela Secom
prevê a realização de diversas modalidades de pesquisa: quantitativa de campo, qualitativa, de profundidade e "tracking" (rastreamento). A quantitativa de campo
prevê entrevistas feitas pessoalmente, nas ruas e em domicílios.
A qualitativa é feita com grupos,
dependendo do que se queira avaliar, com questionário mais longo
e respostas mais longas. A de profundidade é parecida com a qualitativa, só que com entrevistas individuais e seleção mais direcionada dos entrevistados.
O "tracking" é uma série de pesquisas que visam à elaboração de
uma curva da opinião pública a
respeito de determinado tema.
O governo encomenda pesquisas periodicamente para avaliar
não só a sua popularidade, mas o
impacto de suas políticas ou o
desgaste de episódios que abalam
a sua imagem, como o caso Waldomiro -o ex-assessor da Casa
Civil filmado pedindo propina a
um empresário de jogos quando
era presidente da Loterj (Loteria
do Estado do Rio de Janeiro).
Flora disse que a contratação
das agências não significa que vá
aumentar o número de pesquisas
encomendadas pelo governo.
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