São Paulo, domingo, 19 de julho de 1998

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SUCESSÃO
Segundo a legislação, esse tipo de propaganda vale desde anteontem
Demora de TREs atrasa a propaganda em outdoors

FERNANDO RODRIGUES
da Sucursal de Brasília

Os candidatos a qualquer cargo na eleição de outubro ainda não conseguiram autorização para instalar outdoors em mais da metade das cidades brasileiras que têm esse tipo de mídia.
De acordo com a legislação eleitoral, desde ontem os outdoors poderiam ser usados. Mas os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) dos Estados ainda não fizeram a divisão das placas entre todos os candidatos.
A divisão é um cálculo complicado, para garantir equidade na distribuição de outdoors. As empresas que detêm esse tipo de mídia precisam reservar metade das placas para o uso dos candidatos -de quem cobram tarifas.
A parcela de outdoors reservada para uso eleitoral é dividida da seguinte forma: 30% para candidatos a presidente, 30% candidatos para governadores e senadores e 40% para os que disputam vagas de deputado estadual ou federal.
A conta, entretanto, não é uma divisão simples. Os TREs dividem os outdoors em duas categorias: baixo impacto e alto impacto.
Um outdoor de baixo impacto é o que fica numa rua com pouco tráfego. A placa de alto impacto é aquela instalada em vias de grande movimento -em São Paulo, por exemplo, na av. Washington Luís, que liga o centro ao aeroporto de Congonhas.

Pouca exposição
Os TREs têm de garantir que cada candidato receba o mesmo número de outdoors de baixo e alto impacto. Além disso, precisam dar um prazo para os políticos exercerem o direito de uso.
Quando um candidato não compra o espaço publicitário em outdoors a que tem direito, o TRE faz uma nova divisão dessas placas entre os outros políticos.
Por conta dessas divisões é que várias cidades do país ainda não estão com outdoors instalados.
Em São Paulo, por exemplo, o presidente e candidato à reeleição Fernando Henrique Cardoso ainda não colou seus cartazes. Isso deve acontecer semana que vem.
Na primeira divisão de outdoors na cidade de São Paulo, cada um dos 13 candidatos a presidente ficou com apenas 54 placas -a cidade tem cerca de 5.000.
Como custa caro imprimir os cartazes em pequena quantidade, os candidatos costumam esperar para acumular mais placas em outras cidades. Isso permite fazer o trabalho de gráfica de uma vez.
Na avaliação geral de publicitários de campanhas políticas, a exposição em outdoors é pequena. Enquanto cada candidato a presidente hoje só pode instalar 54 placas em São Paulo, a Volkswagen instalou 1.000 outdoors na cidade para lançar o novo Passat.



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