da Reportagem Local

A origem dos recursos para as áreas de saúde, emprego e reforma agrária do programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será especificada nos próximos dias.
As diretrizes do programa de governo, divulgadas recentemente, não contemplavam a maneira pela qual um eventual governo Lula financiaria seus projetos, o que abriu um flanco para críticas de adversários.
Marco Aurélio Garcia, coordenador do programa do candidato presidencial de partidos de esquerda disse que o detalhamento de cada área coincidirá com o tema semanal da campanha petista.
Nos próximos dias, a reforma agrária e a agricultura serão as prioridades da campanha. A equipe de Lula divulgará primeiro de onde tirará dinheiro para assentamentos.
"Algumas metas serão especificadas, embora ache engraçado que em 94 ninguém tenha cobrado de Fernando Henrique o fato de seu programa não dizer de onde tiraria dinheiro para os seus projetos", disse Garcia.
O formato definitivo do programa, com seu eixo de política econômica, sairá antes do início do horário gratuito de TV, em 18 de agosto.
Garcia enxerga na tentativa de carimbar o programa de Lula como portador de metas irrealizáveis o objetivo de, na falta de uma crítica mais consistente, desqualificá-lo liminarmente para fugir de discussão mais aprofundada.
"O governo tem muito dinheiro para a campanha, mas tem também poucas idéias", afirmou Garcia. O coordenador, que é um dos petistas mais ligados a Lula, acrescentou que o "modelo alternativo" defendido pelo candidato é escorado em uma nova política tributária e monetária.
Embora não tenha especificado publicamente ainda, o programa de Lula vai enfatizar a idéia de que "rico tem que pagar imposto". Ou seja, vai se propor, entre outros pontos, uma maior taxação das chamadas grandes fortunas.
Lula tem dado a dica de como vê a tributação no país. "No Brasil, só assalariado, aposentado e idiota pagam imposto."
(CARLOS EDUARDO ALVES)


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