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Manifestante
quer voltar
para casa
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O sem-terra Edinaldo da Silva, 21, já decidiu que, assim que
melhorar de saúde, quer retornar a Pernambuco, de onde se
arrepende de ter saído para
participar da "Marcha Popular
pelo Brasil".
"Eu vou embora. Já falei que
não aguento mais. O pernambucano não aguenta tanto frio
e tanta doença. Estou com febre e dor no peito, e meus pés
estão rachados", disse.
Ele foi levado anteontem para o alojamento de uma escola
de formação sindical, na periferia de Belo Horizonte, depois
de desmaiar duas vezes em um
só dia durante a caminhada.
Até as 15h de ontem, não havia
aparecido nenhum médico para dizer o que ele tinha.
Segundo Edinaldo, os organizadores da marcha não avisaram que haveria tantas dificuldades durante a caminhada
nem forneceram agasalhos para que os manifestantes se protegessem do frio. Ele contou
que teve de pedir para uma
mulher que assistia à passagem
da marcha, perto da divisa entre Minas Gerais e o Rio, que
conseguisse agasalhos.
No entanto, seu companheiro de alojamento, o goiano Ronaldo Francisco Costa, 17, o
primeiro a apresentar pneumonia e afastado da marcha há
dez dias, afirma que já está
pronto para voltar a caminhar.
"Eu vou nem que seja morto."
A sem-terra Elvira Alves dos
Santos, 32, também diz que
não quer voltar para o Mato
Grosso do Sul, antes de chegar
a Brasília, principalmente depois de esperar ontem por cinco horas para ser atendida em
um posto de saúde da Prefeitura de Belo Horizonte.
"Nós vamos para Brasília para brigar também para que haja
mais dinheiro para a saúde, para que ninguém precise esperar
por atendimento médico como
eu esperei", reclamou.
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