São Paulo, Quinta-feira, 19 de Agosto de 1999
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Mobilização de entidades e autoridades é pequena

da Agência Folha

e do enviado especial

Foi pequena a mobilização de sem-terra, autoridades do governo federal, parlamentares, organizações ligadas aos direitos humanos e imprensa internacional na primeira parte do julgamento do massacre de Eldorado do Carajás, no Pará.
Líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) anunciaram que 2.000 manifestantes acompanhariam o julgamento dos comandantes da operação que resultou na morte de 19 sem-terra.
No primeiro dia, segundo a PM, não passou de mil o número de manifestantes em frente ao auditório da Universidade da Amazônia, onde acontece o julgamento. Nos dois dias seguintes, a quantidade de manifestantes havia se reduzido ainda mais.
Ontem à tarde, aproximadamente cem manifestantes assistiam ao julgamento pelo telão montado na rua.
Dos quatro deputados federais petistas que foram até Belém, apenas João Batista Babá (PT-PA) acompanhou o julgamento dos três oficiais até o final.
O TJE (Tribunal de Justiça do Estado) recebeu a confirmação da presença dos ministros Raul Jungmann (Política Fundiária) e José Carlos Dias (Justiça) e do secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori. Nenhum deles, no entanto, compareceu.
Jungmann informou estar com a agenda comprometida. Dias mudou sua posição, porque sua presença poderia ser entendida como uma pressão. Gregori disse que poderá assistir outras sessões "quando o espetáculo de rua acabar", referindo-se à mobilização do MST.
Grandes organizações não-governamentais, como Anistia Internacional e Americas Watch, não mandaram representantes. "Nós é que passaremos os informes pela Internet", disse João Pedro Stedile, líder do MST.
Da imprensa internacional, apenas a Associated Press e a australiana ORF (rádio e TV) mandaram correspondentes.
A platéia de 280 lugares, no entanto, permaneceu cheia durante os três dias de julgamento. Ontem, praticamente todos os lugares estavam ocupados.


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