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GOVERNO
Crise deixou de ser econômica e tornou-se política, afirma governador de SP
Para Covas, FHC está com problemas
da Reportagem Local e
da Sucursal de Brasília
O governador de São Paulo,
Mário Covas (PSDB), disse ontem que os problemas do governo federal hoje não são mais econômicos, mas políticos.
"Os problemas econômicos já
foram superados. A crise cambial
foi controlada, a economia está
voltando a crescer e o desemprego está caindo. Os problemas enfrentados pelo governo agora são
políticos", disse o governador.
Segundo Covas, as seguidas crises são as principais causas para a
queda de popularidade do presidente Fernando Henrique Cardoso. O governador inclui entre
esses "problemas políticos" a relação com a base aliada.
Covas voltou a atacar ontem o
presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Questionado sobre a possibilidade de haver "um dedo" de
ACM na decisão dos líderes do
Senado de não examinar dois pedidos de empréstimos de US$ 100
milhões do governo paulista, Covas disse: "Ele não costuma pôr
só um dedo, mas colocar tudo".
Depois ironizou: "Mas acho que
ele não teria essa maldade".
Covas admitiu que a decisão do
Senado pode ser considerada
uma derrota política. "Não sei
que crime eu cometi para ter que
pagar esse preço", disse.
O governador e ACM vêm trocando farpas desde junho, quando ambos foram apontados como possíveis candidatos à sucessão de FHC, em 2002.
A reunião que barrou os empréstimos anteontem foi comandada pelo próprio ACM.
Os senadores acataram um parecer do Banco Central, que proíbe São Paulo de tomar os empréstimos porque já ultrapassou os limites de endividamento estabelecidos pela resolução 78/98.
Para o governador, a decisão é
"absurda". "Os empréstimos foram aprovados pelo próprio Senado em 96, na renegociação da
dívida paulista", disse.
Covas enviou ontem um relatório ao senador Pedro Piva (PSDB-SP) no qual alega que os US$ 100
milhões já estavam contabilizados no acordo de renegociação
da dívida paulista com a União
-portanto, já estariam incluídos
nos limites de endividamento.
"Não admito que São Paulo não
seja, pelo menos, julgado", disse
Piva, ao se referir à hipótese de arquivamento dos pedidos. "Os
projetos têm de ser votados."
Entre os aliados de Covas estão
o ministro Pedro Malan e o líder
do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF).
Malan, assim como o governador, afirma que os empréstimos
já estavam previstos na renegociação da dívida estadual. "A última palavra tem de ser do Ministério da Fazenda", disse Arruda.
O presidente da Comissão de
Assuntos Econômicos, Ney Suassuna (PMDB-PB), colocou em
dúvida o compromisso dos líderes: "Esta é uma Casa política".
Os empréstimos são do Banco
Mundial e financiariam o Projeto
Microbacias (US$ 55 milhões), de
conservação de solo, e o Projeto
Integrado de Transporte Urbano
de São Paulo (US$ 45 milhões).
Previdência estadual
Ontem, líder do PMDB no Senado, Jader Barbalho (PA), apresentou o projeto que permite a federalização das dívidas de todos
os institutos previdenciários estaduais, estimada em R$ 20 bilhões.
A proposta foi divulgada após a
aprovação da federalização da dívida de Santa Catarina com seu
instituto, de R$ 514,9 milhões. O
governo não quer que a ajuda se
estenda a outros Estados, devido
ao impacto nas contas públicas.
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