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NO AR
O bruxo e o tucano
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Antônio Lavareda, o bruxo
das pesquisas eleitorais de
FHC, entrou em cena outra vez
para provar que José Serra ainda tem chance de chegar ao segundo turno.
Ao lado do próprio, ele foi o
protagonista do encontro com
os candidatos a senador e governador que apóiam ou dizem
apoiar o tucano.
O bruxo dividiu os que votam
em Lula em dois grandes grupos, um "rígido", outro "soft". É
ao segundo grupo, de 6% a 10%
do total de eleitores, que se dirige toda a carga antipetista da
propaganda.
Não é nem caso de convencer o
lulista "soft" a votar em Serra.
Basta que ele não vote em Lula
-e não se transfira inteiramente para Garotinho, que hoje é
visto como uma ameaça maior
do que Ciro.
Apesar dos sorrisos e aplausos
nos telejornais, falou a quem
não parecia muito disposto a
ouvir. De tucanos favoritos em
campanhas para governador a
peemedebistas, as declarações se
repetiam, contra a antipropaganda tucana.
Os que menos questionavam
eram eles, os fiéis pefelistas. Que
agora retornam às "photo-ops"
de campanha, sorrateiramente
-em outro lado.
Ciro está empatado em terceiro lugar, mas já sente o que é estar em quarto.
Ele vive o inferno que Garotinho enfrentou bem antes dele,
para manter a candidatura
diante do avanço do voto útil
cantado pelos petistas. Em seu
próprio site, lia-se em destaque a
seguinte frase:
- Se você quer um candidato
de oposição, sério, trabalhador e
bem intencionado, tem duas opções: Ciro e Lula.
Era quase um aviso prévio aos
ciristas, de que o voto útil em
Lula vem aí.
Em seu estilo, Ciro logo sentiu
o erro e fechou o dia com um
ataque extremamente violento
ao petista, chegando a insinuar
que a eleição de Lula levaria ao
"desgoverno".
Para quem falava em vencer
no primeiro turno, o petista deve
ter se surpreendido ontem com
as inesperadas agressões feitas
pelos "colegas de oposição", como descreve.
Garotinho, que se vê com
chances, ele que não está longe
de Serra, anunciou que vai perguntar a Lula no que, afinal, ele
trabalha:
- Um presidente não pode
chegar e dizer que há oito anos
não trabalha.
Como observou Boris Casoy,
sob fogo de três lados, é de esperar que não seja fácil para Lula
seguir com quase metade do
eleitorado.
José Eduardo Cardozo, na Jovem Pan, garantiu que não sai
do PT -e perguntou quem anda espalhando.
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