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SÃO PAULO
Circular da Diretoria de Ensino chamava para evento tucano; encontro foi cancelado e responsável por documento, exonerado
Professor é convocado para ato pró-Alckmin
MARCOS SERGIO SILVA
DO "AGORA"
Uma circular emitida na segunda-feira pela Diretoria de Ensino
Região Leste 2 convidava professores para um encontro com o governador Geraldo Alckmin
(PSDB), candidato à reeleição, e
com o secretário da Educação,
Gabriel Chalita, no sábado.
O episódio fez a coordenação
tucana cancelar, ontem à noite, o
ato, que seria organizado pelo núcleo de professores tucano e ocorreria na Praça da República.
O autor da nota, o dirigente regional de ensino Marcelo Albuquerque de Miranda, pediu exoneração ontem à tarde depois de
falar com o secretário por telefone
e admitir a autoria da circular.
O comunicado distribuído a
professores da Região Leste 2, que
inclui os bairros de São Miguel,
Itaim Paulista e Lajeado, é identificado com o brasão do governo
do Estado. Na nota, Miranda avisa que "haverá ônibus para o
transporte e a distribuição de camisetas". O veículo sairia às 8h de
sábado, da sede da Diretoria de
Ensino. Ao final da circular, uma
observação: poderão participar
"parentes e amigos" e os participantes deverão trazer bandeiras.
A legislação eleitoral veta a utilização de materiais ou serviços
custeados pelo Poder Executivo
para finalidades eleitorais.
Ontem de manhã, o comunicado foi lido em uma reunião na escola estadual Lívio Xavier, em São
Miguel, para discutir o currículo
pedagógico. "Eles ofereceram folga de dois dias a quem participasse. E disseram que o Marcelo [o
dirigente de ensino] afirmou que
dez pessoas da escola deveriam ir
de qualquer jeito", afirmou o educador João Luís Zafalão.
A secretaria negou a concessão
de folgas. A Apeoesp (Sindicato
dos Professores do Ensino Oficial
de SP) pretende entrar hoje com
uma ação contra o Estado.
O caso não é o primeiro a envolver a campanha tucana e a Secretaria de Estado da Educação. Em
agosto, a Folha revelou suposto
uso de monitores de um programa terceirizado financiado pelo
governo na campanha tucana.
Os servidores, à época, disseram
estar sendo pressionados a participar de panfletagens para os tucanos sob pena de demissão.
Segundo o promotor José Roberto Sigolo, da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, o
processo que apura o episódio
ainda está em fase de apuração.
Dirigentes da FDE (Fundação
para o Desenvolvimento da Educação) já deram explicações sobre
o caso e foi emitido um ofício para
que o Detran informe a propriedade de um veículo utilizado na
distribuição de materiais pelos
monitores. Na próxima semana,
os monitores que denunciaram o
caso deverão ser convocados pelo
TRE para prestar depoimento.
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