São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 2005

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Eleição registra irregularidades em 6 Estados e no Distrito Federal

DA AGÊNCIA FOLHA

E DA SUCURSAL DO RIO

O PT registrou irregularidades na eleição de ontem em pelo menos seis Estados e em Brasília.
Três candidatos das correntes de esquerda do PT no Amapá ingressaram ontem na Justiça Estadual com um pedido de suspensão da eleição alegando que militantes alinhados com o Campo Majoritário tiveram quitadas suas dívidas com o partido mesmo sem pagá-las, tornando-se aptos a votar nas eleições internas. As assinaturas dos nomes dos militantes nos recibos eram falsas.
Prática condenada pela Justiça Eleitoral e por resolução do Diretório Nacional do PT, o transporte de eleitores foi utilizado em diferentes Estados. No Paraná, comitês de adversários do Campo Majoritário acusaram a tendência de fornecer ônibus e vans para o transporte de eleitores nas cidades de Foz do Iguaçu e Londrina. Em Morretes, não houve votação: a comissão eleitoral não apareceu.

Rio
O transporte de eleitores foi largamente utilizado pelo PT no Rio de Janeiro. Em Duque de Caxias, candidatos de diferentes tendências admitiram usar o expediente, chamado de "carona". A reportagem da Folha conversou com nove filiados e três candidatos a presidente do Diretório Municipal que confirmaram a prática.
Um dos veículos que fazia o transporte de eleitores trazia adesivos da Folha. O veículo era propriedade de Zito Ferreira, que também faz entregas do jornal na região. Ele, que não é funcionário da Folha, mas apenas presta serviços com seu veículo para o jornal, disse que não recebeu para fazer o transporte dos filiados.
Procurada, a assessoria do Diretório Estadual do PT informou que não havia ninguém que pudesse comentar o caso.
Em Palmas (TO), duas práticas irregulares foram denunciadas: o transporte de filiados para os locais de votação e o pagamento em massa de mensalidades.
Em Campo Grande (MS), o candidato à presidência estadual Saulo Monteiro de Souza, do Campo Majoritário, disse que foram descobertos recibos falsos que traziam nomes de filiados do PT.
No Distrito Federal, houve denúncias de irregularidade em dois diretórios. Segundo o secretário-geral do PT em Brasília, Antônio Carlos Andrade, houve transporte em Taguatinga e Planaltina, mas ele diz não saber se houve também pagamento aos eleitores.


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