São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006

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Convocação de citados no caso divide a CPI dos Sanguessugas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse ontem que vai apresentar requerimento para convocar o ex-assessor da Presidência Freud Godoy e todos os outros que tiveram os seus nomes envolvidos na negociação de documentos supostamente prejudiciais a candidatos do PSDB.
A medida, entretanto, não tem consenso na CPI, cuja cúpula se reúne hoje em Brasília para discutir a situação.
"Vou fazer um requerimento para convocá-los à CPI. A CPI quer saber a relação dessa negociação com a máfia dos sanguessugas, a origem do dinheiro [R$ 1,7 milhão supostamente reservado para a compra dos documentos] e o que está por trás disso", disse Jungmann, para quem houve uma tentativa de fraude eleitoral só comparável ao caso Proconsult (em 1982, Leonel Brizola acusou a Proconsult de desviar votos dele na totalização da eleição).
Já o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), que participa da reunião de hoje, defende que a CPI apenas monitore as investigações. "Acho que interferir agora nas investigações da PF poderia representar um certo atropelo."
Ontem, o PT e a oposição mantiveram a queda-de-braço. O deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) disse que as denúncias de que o ex-ministro da Saúde e candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), teria vínculos com a máfia dos sanguessugas são "secundárias" se comparadas às suspeitas de que o PT tentou comprar o dossiê contra ele. O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos sub-relatores da CPI, afirmou que "não há nada de concreto contra o ex-ministro José Serra".
O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), afirmou que será a "piada do ano" se a CPI não investigar Serra. "O PFL e o PSDB estão tentando inflar a pauta de um lado para fugir de outro. Isso [as denúncias contra o PT] não apaga os indícios de participação da gestão Serra na máfia das ambulâncias", afirmou.


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