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Palocci deve renunciar à prefeitura amanhã
DA FOLHA RIBEIRÃO
DA ENVIADA ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO
O prefeito de Ribeirão Preto,
Antônio Palocci Filho (PT), confirmou ontem que vai mesmo renunciar ao mandato para assumir
um cargo no governo Luiz Inácio
Lula da Silva. Oficialmente, a renúncia deve ser anunciada amanhã ou até sexta.
A saída de Palocci da prefeitura
já era esperada e vinha sendo desenhada desde que o prefeito assumiu a coordenação do programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em fevereiro.
Ontem, para tentar ajudar no
convencimento de seu eleitorado,
Palocci levou a Ribeirão Preto Lula, que o "convocou" para ajudá-lo em seu governo.
Palocci falou que convocação de
presidente "não há como recusar". "Eu disse a ele [Lula] que, se
me perguntasse se eu gostaria de
estar no ministério, eu diria que
não, mas, se ele me dissesse que
precisa de mim na equipe, eu não
poderia recusar."
Lula não quis falar em cargos.
"Só sei que ele vai trabalhar comigo em Brasília", afirmou.
Pesquisa
Palocci encomendou uma pesquisa de opinião pública para saber o que as pessoas acham de sua
saída. O levantamento começou a
ser feito ontem e deve terminar
hoje. Assegurou que a pesquisa,
feita pelo instituto Análise -de
seu amigo e ex-secretário Ricardo
Gorayeb-, será paga por ele, mas
não divulgou o valor.
Também hoje, Palocci se reúne
com uma comitiva do FMI em
Brasília. Amanhã, ele deve retornar a Ribeirão Preto para se reunir com lideranças da cidade e
anunciar que deixa o governo.
A reunião deve ocorrer no final
da manhã, no Salão Nobre da prefeitura. Serão chamados para o
encontro os secretários, vereadores, lideranças da cidade e cerca
de dez representantes de entidades da sociedade civil, entre elas a
OAB, ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão
Preto) e Fabarp (Federações das
Associações de Bairro).
Embora tenha dito textualmente que vai deixar o governo, Palocci procurou ontem condicionar a
decisão aos resultados da pesquisa e da reunião. Seu objetivo é dar
a impressão que dividiu a decisão
da renúncia com os representantes da sociedade.
O único "entrave" que o petista
tinha para sua saída era um documento registrado em cartório, assinado por ele na campanha a
prefeito, em 2000, quando prometeu ficar no cargo até 2004.
Ao falar sobre renúncia, Palocci
nega que esteja preocupado com
o documento. "Mais importante
do que qualquer documento são
os votos e o mandato que os eleitores de Ribeirão me deram."
(EVANDRO SPINELLI, ROGÉRIO PAGNAN e LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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