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TRANSIÇÃO
Presidente eleito e Fernando Henrique já teriam acordado procedimentos para indicação do novo Banco Central
BC de Lula deve ser sabatinado em dezembro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A tendência do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, é indicar até a primeira quinzena de
dezembro a diretoria do Banco
Central para que ela possa ser sabatinada pelo Senado ainda este
ano e assumir em janeiro.
Já haveria para isso um entendimento entre o presidente eleito e
o presidente Fernando Henrique
Cardoso, de quem depende o encaminhamento ao Senado da nova diretoria do BC. A hipótese de
Lula manter Armínio Fraga à
frente do BC por algum tempo é
cada vez mais remota.
O presidente eleito também deve nomear Antônio Palocci Filho,
seu primeiro nome certo no governo, para a Fazenda. Deve também escolher o Palácio da Alvorada como moradia fixa.
O atual presidente deixou claro
para Lula que, se ele quiser, faz as
indicações de toda a diretoria do
BC. Nos próximos dias, depois de
definir seu futuro ministro da Fazenda, Lula baterá o martelo sobre o Banco Central.
A decisão sobre a Fazenda e a
Casa Civil desencadeará a escolha
dos outros nomes do ministério.
Aloizio Mercadante, deputado federal e senador eleito, é cotado
para o posto, mas já disse a Lula
em conversas reservadas que prefere ir mesmo para o Congresso
em 2003. Provavelmente, será líder do governo no Senado.
Sem Mercadante, cresce muito
a possibilidade de Palocci ser o
ministro da Fazenda. Chefe da
equipe de transição e ex-coordenador do programa de governo
de Lula, Palocci, que renunciará
amanhã à Prefeitura de Ribeirão
Preto (SP), conquistou boa interlocução com o empresariado, o
mercado financeiro e a equipe
econômica de FHC.
FHC, por exemplo, é um dos
que dão como certa a ida de Palocci para a Fazenda. Palocci, inclusive, recebe hoje a missão do
FMI que está no país para uma
das rodadas de revisão do acordo
assinado em agosto. Os contatos
com o FMI costumam ser liderados pelo ministro da Fazenda.
Na área política, o nome mais
forte é o de José Dirceu, presidente do PT. Ele deverá comandar a
Casa Civil, formando com Palocci
a cúpula do "núcleo duro" de governo que Lula pretende montar.
Leia-se: ter petistas de sua confiança nesses dois postos, que,
juntos com a Secretaria Geral da
Presidência e o Ministério do Planejamento, formariam o chamado "núcleo duro".
Se não for para a Fazenda, hipótese cada vez menor, Palocci será
ministro do Planejamento. Para a
Secretaria Geral, estão cotados
Luiz Gushiken, um dos mais influentes colaboradores de Lula, e
José Genoino, deputado federal
que perdeu a eleição no segundo
turno para o governo paulista.
Genoino ainda está cotado para
a Justiça ou a prometida Secretaria de Segurança Pública, que teria status de ministério, seria subordinada à Presidência e ainda
absorveria a Polícia Federal e a Secretaria Nacional Antidrogas.
Palácio da Alvorada
O presidente eleito também já
tem uma tendência a respeito de
um assunto que parece prosaico:
onde vai morar. Depois de passar
o final de semana na Granja do
Torto, a fim de testar a possibilidade de ter a residência de campo
da Presidência como moradia oficial, Lula mostrou inclinação pelo
Palácio da Alvorada.
Essa foi a impressão que Lula
deixou no jantar de anteontem
com FHC e sua mulher, Ruth Cardoso. Marisa, mulher de Lula, visitou a ala residencial do Alvorada
e gostou. Será ela, segundo o presidente eleito, quem decidirá onde o casal vai morar a partir de janeiro do ano que vem.
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