DA FOLHA RIBEIRÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O prefeito de Ribeirão Preto e coordenador do governo de transição, Antônio Palocci Filho (PT), disse ontem que, em sua opinião, a data da posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, não deve ser mudada. "Está muito tarde para mudar", afirmou.
A mudança da data da posse foi sugerida pelo presidente da Câmara e governador eleito de Minas, Aécio Neves (PSDB). Pela sua proposta, os governadores tomariam posse em 5 de janeiro, e o presidente, no dia seguinte.
A Constituição determina que a posse do presidente, governadores e prefeitos ocorra no dia 1º de janeiro, feriado mundial. A mudança da data seria para possibilitar maior presença de representantes de governos estrangeiros.
Palocci se disse favorável à mudança, mas afirmou que deveria ter sido definida com mais antecedência. Mudar agora a data causaria transtornos para a segurança, o cerimonial e para o presidente Fernando Henrique Cardoso.
O presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), disse ontem que só espera até amanhã uma definição da Câmara sobre o adiamento ou não da data da posse. Se isso não ocorrer, Tebet disse que irá mandar confeccionar os convites para a posse de Lula, mantendo a data de 1º de janeiro.
"Como presidente do Congresso, vou cumprir o meu dever. Se a Câmara não se pronunciar nesta semana, não haverá mais tempo. Já estou organizando a posse, e quarta-feira vou bater o martelo: preparem tudo para o dia 1º."
Pelas regras do cerimonial, convites a chefes de Estados têm de ser entregues com antecedência de mais de 30 dias do evento.
A proposta de emenda constitucional mudando o dia da posse não está parada na Câmara. Está na comissão especial, em fase de recebimento de emendas, até o dia 22. Um dos empecilhos à tramitação da emenda era a oposição de FHC, que dizia não querer a prorrogação do seu mandato.


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