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DEPOIMENTO
Mendonça de Barros afirma estar tranquilo com ida hoje ao Senado
Ministro diz que apontará "autor' se convocado pela PF
ISABEL VERSIANI
enviada especial a Nova York
O ministro
Luiz Carlos
Mendonça de
Barros (Comunicações) disse
ontem que, caso
seja convocado
a depor na Polícia Federal sobre o caso das conversas telefônicas grampeadas no
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ele dirá quem, na sua opinião, está por trás da divulgação
das fitas.
Ao embarcar na noite de anteontem no aeroporto JFK, em Nova
York, com destino a São Paulo,
Mendonça de Barros disse estar
"tranquilo" com a perspectiva de
depor hoje no Congresso sobre o
caso das fitas. "Eu mesmo me ofereci para esclarecer o assunto aos
parlamentares", afirmou.
Em seu depoimento, segundo o
ministro, ele vai argumentar que
os trechos das conversas telefônicas divulgados, os quais sugerem
influência no processo de privatização do Sistema Telebrás, foram
editados, dando uma idéia distorcida dos diálogos.
Mendonça de Barros afirmou
que, na véspera do leilão de privatização, ele teria conversado com
"vários" consórcios interessados
em participar da concorrência.
Uma dessas conversas, segundo
o ministro, foi com a empresa
MCI, a quem ele teria esclarecido
detalhes da regulação do setor de
telecomunicações no país.
²Senadores esperam também a
presença de André Lara Resende,
presidente do BNDES, durante o
depoimento do ministro.
²
Carlos Jereissati
Em conversa com jornalistas na
segunda-feira, em Nova York, o
ministro acusou o empresário
Carlos Jereissati de ter sido o responsável pela divulgação das fitas.
Segundo Mendonça de Barros,
Jereissati, sócio do consórcio Telemar, que controla a companhia
Tele Norte Leste, estaria entrando
em atrito com o BNDES e teria interesse em desgastá-lo politicamente.
O BNDES detém 25% do capital
da empresa e tem poder de voto na
diretoria da empresa.
"É fácil ver quem seria beneficiado com a minha demissão", disse
Mendonça de Barros.
²
Tasso Jereissati
O governador do Ceará, Tasso Jereissati, defendeu ontem que o
PSDB continue apoiando o ministro das Comunicações, Luiz Carlos
Mendonça de Barros.
"Eu acho que o ministro continua apoiado pelo PSDB. Qualquer
documentação ou papelório forjado não pode servir para fazer política pública", afirmou o governador cearense.
"Isso não pode servir para denegrir ou fortalecer qualquer homem
público", completou, referindo-se
ao caso do dossiê Caribe -papéis
sem autenticidade comprovada-
e ao do grampo.
Para Jereissati, o nome de Mendonça de Barros também continua
cotado para ocupar o futuro Ministério da Produção. Segundo ele,
a discussão sobre demitir ou não o
ministro do governo cabe apenas
ao presidente.
Ao ser questionado sobre as acusações de que seu irmão, o empresário Carlos Jereissati, seria um
dos responsáveis pelo grampo no
BNDES, o governador foi lacônico:
"Não quero comentar, prefiro não
comentar". Segundo ele, o papel
do BNDES no processo de privatização foi "legítimo".
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