![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
São Paulo, quinta, 19 de novembro de 1998
![]() |
![]() |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice DEPOIMENTO Senador diz não estar preocupado com a possibilidade de Mendonça de Barros se exaltar hoje no Congresso ACM ironiza Mendonça com Lexotan
da Sucursal de Brasília O presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse não estar preocupado com a possibilidade de o ministro Luiz Carlos Mendonça Mendonça de Barros (Comunicações) se exaltar nos debates com os parlamentares hoje no Senado. "Geralmente, quando eles (os ministros e outras autoridades do governo) vêm para o Congresso, tomam Lexotan (tranquilizante)", afirmou Antonio Carlos Magalhães, com ironia. Na Câmara, líderes governistas estão preocupados com o depoimento de Mendonça de Barros. Eles temem que a "presunção", a "falta de humildade" e o "temperamento explosivo" do ministro criem situações de confronto com os parlamentares. Eles esperam que o ministro se saia bem para abafar a proposta da oposição de criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o processo de privatização. ACM afirmou que o depoimento do ministro das Comunicações vai determinar o futuro das articulações pela criação de uma CPI. "Se o ministro se sair bem, provavelmente o assunto estará encerrado. Mas, se ele não se sair bem, continuará o processo", afirmou o senador baiano. ² "Destemperado' Alguns setores da base governista, porém, torcem para que Mendonça de Barros se desgaste e inviabilize a sua permanência no segundo governo Fernando Henrique Cardoso. "Ele é destemperado. É um Sérgio Motta sem o talento do Sérgio Motta", disse o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), vice-líder do partido. Nos bastidores, políticos aliados ao Palácio do Planalto afirmam que o ministro das Comunicações é "presunçoso", "não tem freio" e poderá se irritar com perguntas mais incisivas. As críticas de aliados, especialmente pefelistas, ao ministro são motivadas pela possibilidade de Mendonça de Barros vir a ocupar o Ministério da Produção, que poderá ser criado no segundo mandato de Fernando Henrique. Além de restrições a Mendonça de Barros, há resistências à criação do novo ministério, que iria para as mãos do PSDB. O PFL, por exemplo, é contra a criação do ministério. Líderes pefelistas apostam que Fernando Henrique não criará a nova pasta em um momento de crise e de contenção de gastos. ² Suavidade Na Câmara, governistas contam com a tradição dos senadores de serem mais gentis com as autoridades convocadas a prestar depoimento para minimizar o desgaste político do ministro. "O Senado é uma Casa suave, amena", afirmou o líder do PFL na Câmara dos Deputados, Inocêncio Oliveira (PE). Para o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), vice-líder do partido, o ministro tem de compreender que os senadores estarão cumprindo uma obrigação: prestar esclarecimentos ao eleitor. "Ele deve ter altivez de ministro e humildade de servo", afirmou o deputado Aleluia. (RAQUEL ULHÔA, LUIZA DAMÉ e DENISE MADUEÑO) Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
|