|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ACM critica diretor da PF no Senado
da Sucursal de Brasília
Se depender do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), os senadores envolvidos no episódio do dossiê Caribe
não prestarão depoimento à Polícia Federal. Na sessão de ontem,
ACM fez uma veemente defesa da
imunidade dos senadores e lançou
farpas contra o diretor-geral da PF,
Vicente Chelotti.
"Se o senhor Chelotti ousar chamar vossa excelência ou qualquer
outro senador, ele não terá êxito,
pois esta Casa não permitirá", disse ACM, em resposta a pronunciamento do senador Djalma Falcão
(PMDB-AL).
Falcão protestou contra a possibilidade de ser chamado para uma
acareação com o ex-presidente
Fernando Collor de Mello. "Senhor presidente, não sou um delinquente. Não sou um marginal.
Não posso ser tratado dessa maneira por um subordinado do ministro da Justiça. Ele (Chelotti) não
tem autoridade para me convidar
para acareações", disse Falcão.
"A palavra de vossa excelência,
como a de qualquer senador, é inviolável, e qualquer deslize de autoridade em relação à imunidade
parlamentar encontrará em mim
um defensor obrigatório", afirmou ACM.
Demonstrando irritação, ACM
disse que Chelotti "não dará nenhum palpite" em relação ao funcionamento da Casa. "Somos independentes e, enquanto eu estiver
aqui, o senhor Chelotti não dá uma
palavra que possa receber apoio,
no sentido de ouvir senadores."
Há alguns dias, o senador alagoano relatou ter sido procurado por
Collor para que denunciasse da tribuna do Senado a suposta existência em paraíso fiscal de uma empresa que seria do presidente Fernando Henrique Cardoso, do governador de São Paulo, Mário Covas, do ministro José Serra (Saúde)
e de Sérgio Motta, ministro das Comunicações morto em abril.
"Quero afiançar a vossa excelência que, tantas vezes seja chamado
pelos Chelottis da vida, a esses chamamentos não atenderei", afirmou o senador alagoano, que é suplente do ministro da Justiça, Renan Calheiros.
Para evitar atritos, a PF irá tomar
depoimentos apenas de pessoas
sem mandato eleitoral na primeira
etapa do inquérito instaurado sobre os papéis sem autenticidade
comprovada que apontam autoridades ligadas ao PSDB como sócias de empresa registrada em paraíso fiscal do Caribe.
A assessoria da PF afirmou que
os parlamentares serão convidados posteriormente a prestar esclarecimentos. Por enquanto, segundo a assessoria, não há intenção de fazer acareações entre os
parlamentares e os demais envolvidos.
De acordo com esse critério, o
delegado Paulo de Tarso Teixeira,
responsável pelo inquérito, deverá
ouvir inicialmente em São Paulo o
ex-prefeito Paulo Maluf e o norte-americano Blair Alden, diretor da
Hidrobrasileira, cujo nome aparece nos papéis.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|