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INQUÉRITO
Delegado que apura compra de apartamento de Lula pede documentos sobre caso
Polícia apura falência de empreiteiro
XICO SÁ
da Reportagem Local
A Seccional da Polícia Civil de
São Bernardo do Campo, que apura supostas irregularidades na
compra de um apartamento por
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato derrotado do PT à Presidência
da República, investiga o processo
de falência da Construtora Dalmiro Lorenzoni -que construiu o
imóvel do petista.
Lula prestou depoimento na última sexta-feira, mas ainda não
apresentou documentos que comprovem a origem dos recursos para a compra do apartamento.
O delegado Pedro José Liberal,
que comanda o inquérito, solicitou
à Junta Comercial e à Justiça todos
os documentos relativos ao caso.
Lorenzoni é o empreiteiro que
ergueu o imóvel onde Lula comprou o apartamento, em São Bernardo do Campo, segundo pedido
de investigação do Ministério Público estadual.
O empreiteiro alegou, para justificar negócios com Roberto Teixeira, advogado e compadre de
Lula, que a sua empresa havia falido. Na tentativa de evitar a falência, Lorenzoni teria recorrido aos
serviços advocatícios de Teixeira.
O nome de Lorenzoni surgiu no
caso depois que o "Jornal da
Band", da Rede Bandeirantes, divulgou, ainda durante a campanha
eleitoral, que o advogado havia depositado na conta bancária de Lula
um cheque no valor de R$ 10 mil.
O cheque, no entanto, pertencia
a Sérgio Lorenzoni, irmão do empreiteiro, e não a Teixeira.
Em depoimentos recentes à Polícia Civil, os irmãos confirmaram a
versão dada, em entrevistas, pelo
advogado e compadre de Lula.
Segundo relata o delegado Liberal, o empreteiro estava em dificuldades financeiras, por conta da falência, então utilizou um cheque
do irmão (Sérgio) para pagar a Teixeira, que acabou depositando na
conta de Lula, a quem devia.
Teixeira ainda não prestou depoimento, mas disse à Folha que
havia comprado um Omega de Lula. Por este motivo, devia quatro
parcelas de R$ 10 mil ao compadre,
tendo depositado o cheque de Sérgio Lorenzoni diretamente na conta do petista.
No seu depoimento, ao qual a
Folha teve acesso ontem, Lula
também repete a versão de Roberto Teixeira sobre o cheque. Disse
também que, além do carro, vendeu também um terreno, fruto de
uma herança da sua mulher Marisa e mais dez irmãos.
O imóvel, segundo o depoimento, foi vendido por R$ 73 mil, sem
registro oficial de cartório, como já
havia informado anteriormente
reportagem da Folha.
Em entrevista, Teixeira disse que
o valor havia sido R$ 72 mil, em
seis parcelas de R$ 12 mil, pagas
pelo comprador Samir Ali Laila,
empresário de São Bernardo.
Lula não apresentou ainda o contrato particular do negócio que diz
ter feito com Laila. Segundo o delegado que comanda o inquérito, o
petista não tinha essa obrigação.
"Não cabe investigar todos os
bens do Lula nesse momento, não
é objeto do inquérito", disse. "Estamos apurando a questão do cheque e se a foi legal ou não a compra
do apartamento."
O inquérito só deve ser concluído no início do próximo ano. Da
Polícia Civil, segue para o Ministério Público, a quem cabe denunciar ou não os acusados.
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