São Paulo, Domingo, 19 de Dezembro de 1999


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OUTRO LADO
Citados por traficante negam as acusações

da Sucursal de Brasília


O deputado Augusto Farias (PPB-AL) nega as denúncias que Valtemir Gonçalves de Oliveira, o Palito, fez ao depor na Polícia Federal. "Estou cheio de ter que responder a acusações de bandidos. Nunca pisei no Acre na minha vida e, se alguém provar que estive lá, renuncio ao meu mandato", disse.
A ex-governadora do Acre Iolanda Ferreira Lima (PMDB), 63, afirmou que nunca recebeu em sua fazenda Augusto Farias e seu irmão Paulo César Farias, o PC, morto em 1996. Segundo ela, os depoimentos de Palito não passam de invenção. "Uma invenção como essa do Palito é uma coisa de louco. Só conheço os irmãos Farias por meio dos jornais."
Atual secretária do Trabalho e da Ação Social da Prefeitura de Rio Branco, Iolanda Lima governou o Acre de maio de 1986 a março de 1987. O único ponto dos depoimentos de Palito confirmado pela ex-governadora é o de que ele frequentava sua fazenda, pois o pai dele era seu funcionário.
Iolanda Lima disse que conhece o ex-governador Romildo Magalhães Silva, mas afirmou que não tinha intimidade com ele e jamais o recebeu em sua propriedade. "Diante dessa onda de denuncismo que atinge o Acre e o país, estava demorando para alguém tentar atingir o nosso grupo, que ainda tem força política no Estado."
O ex-deputado federal Narciso Mendes (PPB-AC) nega que ele e sua mulher, a ex-deputada federal Célia Mendes (PPB-AC), tenham estado alguma vez numa fazenda pertencente a Iolanda Lima.
"Isso é uma mentira, dita por um bandido, um marginal. Iolanda sempre foi uma das minhas maiores adversárias políticas no Acre. Sobretudo naquele período, de 1992. Podem perguntar para meus inimigos no Acre se seria possível uma reunião minha com ela naquela época", diz Narciso.
No Acre, antes da ascensão do PT (com o governador Jorge Viana, eleito em 1998), a política local era bipartidária. De um lado, o PMDB. Do outro, o PPB.
Mendes também nega conhecer Palito. "Quando você me disse o nome, nem imaginei quem fosse. Pelo apelido eu sei quem é, pelo noticiário recente. Mas nunca o vi pessoalmente. Acompanho o noticiário e sei que se trata de um bandido. Aliás, considero que um jornal como a Folha perde credibilidade quando acolhe esse tipo de difamação", afirmou.
Sobre se sabia a respeito da reunião de 1992 com a participação de outras pessoas, Mendes disse que não.
A Agência Folha não conseguiu localizar, na noite de sexta-feira, o advogado do deputado cassado Hildebrando Pascoal, Rui Duarte. O telefone celular estava desligado e em sua residência ninguém atendeu às chamadas.
A reportagem tentou falar com Romildo Magalhães, deixou um recado com sua filha, mas não obteve resposta. O ex-governador Orleir Cameli não foi localizado.


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