DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem a indicação do ex-presidente mundial do BankBoston Henrique Meirelles, 57, para presidir o Banco Central no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Após cerca de 50 minutos de discussão, o nome de Meirelles foi aprovado por 39 votos a favor, 12 contra e uma abstenção. A votação foi secreta.
Hoje, o futuro presidente do BC toma café da manhã com a atual diretoria do banco e depois concede entrevista coletiva, na qual poderá anunciar os nomes dos novos diretores.
A senadora Heloísa Helena (PT-AL), que criticou a escolha de Meirelles por sua ligação com o sistema financeiro internacional e não concordou com a decisão do PT de fechar questão pelo voto favorável, estava no Senado, mas não compareceu à sessão para não votar.
Repetindo sua atuação na CAE, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) voltou a atacar a indicação de Meirelles para o BC. Voltou a lembrar que o relatório da CPI dos Bancos apontou o BankBoston entre as instituições que apostaram na desvalorização do real às vésperas da medida, em 99.
O tucano disse que nesse ano Meirelles teve o maior faturamento (US$ 14 milhões) que recebeu em todo o período na instituição. Após a sessão, afirmou que o futuro presidente do BC é aposentado pelo BankBoston com direito a proventos integrais. Por isso, questionou se ele poderia tomar medidas que contrariassem os interesses do banco norte-americano.
Jefferson Péres (PDT-AM), da base de apoio do futuro governo, defendeu o adiamento da decisão sobre o presidente do BC e a permanência de Armínio Fraga até fevereiro. No período, seria feita a investigação sobre as denúncias.


Texto Anterior: PT diverge sobre mandato fixo para o BC
Próximo Texto: PMDB só não participa "se não quiser", diz Lula
Índice