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Até a rede ferroviária espionou comunistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA COLUNISTA DA FOLHA
Então na clandestinidade, o
PCB (Partido Comunista Brasileiro) -que, depois, deu origem aos
atuais PPS e PCB- era alvo não
só da vigilância dos setores de repressão política como também da
burocracia estatal, como a RFFSA
(Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima), durante a ditadura militar (1964-1985).
Em 1969, o órgão informou ao
Ministério dos Transportes que
militantes do partido teriam ordens para "difamar" o então ministro da pasta Mário Andreazza.
Em 6 de junho de 1969, o Ministério da Aeronáutica diz ter recebido a informação da RFFSA e determina uma busca por "informes
captados sobre o assunto" e "outros dados julgados úteis".
"O departamento de segurança
da RFFSA (...) recebeu informe de
que o PCB teria distribuído ordens de difamar o ministro Andreazza em relação a problemas
de sua administração (...), criando
uma onda de boatos negativos",
diz o documento.
Segundo o pedido de busca realizado pela 2ª Zona Aérea, a difamação "teria sido iniciada e conduzida principalmente nos meios
portuários e ferroviários, através
dos sindicatos de classe". O documento foi encontrado na Base Aérea de Salvador.
A atuação do PCB foi monitorada também pelo SNI, em um documento de 1968 que relata encontro entre o partido e seu correspondente na Alemanha.
Outro documento é de 6 de setembro de 1967. O assunto: "A
aparição do PCB face à crise do
Oriente Médio". A crise mencionada se refere à Guerra dos Seis
Dias, conduzida por Israel contra
Egito, Jordânia e Síria.
O material reproduz uma nota
política aprovada pelo PCB na
qual o partido defende que os brasileiros dêem "apoio e solidariedade aos povos árabes, condenando a agressão imperialista de
que Israel foi instrumento".
Em relação ao Oriente Médio, a
Aeronáutica produziu, ainda, um
documento em 14 de abril de 1976
sobre a seita Baha'i, surgida no Irã
no século 19. Os militares apontam um casal que vivia no Recife
(PE) como difusor da seita.
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