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Kirchner apóia Chávez e se afasta de Lula
DAS ENVIADAS AO RIO
Brasil e Argentina ficaram
em lados opostos em duas
importantes discussões na
Cúpula do Rio, em que o presidente Néstor Kirchner, ao
final, assumiu posições e fez
um discurso alinhado ao venezuelano Hugo Chávez.
A Argentina não apoiou a
proposta do Brasil de facilitar regras de origem do bloco
e antecipar medidas relativas à TEC (Tarifa Externa
Comum), que aumentariam
a competitividade de produtos paraguaios e uruguaios.
Kirchner também não incentivou a contraproposta
brasileira de fortalecer bancos locais como instrumento
de crédito regional, em vez
de criar o Banco do Sul, como
propõe Chávez, com apoio de
Evo Morales, da Bolívia.
Segundo Kirchner, "o Banco do Sul é indispensável",
para criar ferramentas financeiras para o bloco.
Para ele, a grande mudança na região é que "o combate
à desigualdade e a busca da
justiça social estão no centro
da agenda do bloco".
Ontem, Kirchner tomou
café da manhã com Lula. Os
dois falaram do projeto de
integração, da inclusão dos
novos sócios e do processo
que a Argentina move contra
o Brasil na Organização
Mundial do Comércio por
causa das tarifas adicionais
que o Brasil colocou sobre as
importações, da Argentina,
de resina para garrafas Pet.
O ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim,
disse "ver com naturalidade"
o processo na OMC. Sobre o
apoio da Argentina ao Banco
do Sul, disse que "o que há
são idéias diferentes e visões
que não são idênticas".
(ELIANE CANTANHÊDE E CLÁUDIA DIANNI)
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