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"Já não estou mais sozinho", diz venezuelano
DA ENVIADA AO RIO
De terno cinza, gravata vermelha, suando muito depois de
confraternizar com integrantes
da Escola de Samba Unidos de
Vila Isabel num hall de hotel, o
presidente da Venezuela, Hugo
Chávez, 52, conversou alguns
minutos com a Folha. Ele foi
pródigo em adjetivos ao elogiar
os rumos que os países da América do Sul estão seguindo.
"Há cinco anos, eu estava sozinho. Éramos eu e Fidel [Castro]. Agora, já tenho comigo
Lula, Kirchner, Evo, Tabaré e
Ortega, além do Rafael, que
acaba de chegar", disse, satisfeito com a guinada dos discursos, que costumam ser econômicos e comerciais e estão cada
vez mais políticos e sociais.
Referia-se aos presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva, Néstor Kirchner, da Argentina,
Evo Morales, da Bolívia, Tabaré Vasquez, do Uruguai, Daniel
Ortega, da Nicarágua e Rafael
Correa, do Equador.
Chávez, defensor do "socialismo do século 21", referia-se a
processo classificado por uns
de aprofundamento do combate às desigualdades sociais e,
por outros, de "esquerdização".
"Quando passa um cavalo
encilhado, potente, imponente,
temos de montar e sair em galope. E esse cavalo está cada
vez mais veloz. Essa conversa
de contaminação é balela." E a
oposição, incomoda muito?
"Oposição? Deu muito trabalho, mas está cada vez menor."
Chávez parecia feliz. "Hoje
foi um dia excepcional", disse,
comemorando o acordo da Petrobras com a venezuelana
PDVSA para duas refinarias.
Ao despedir-se com um
abraço de uma hóspede, levantou os braços e exortou: "Que
Che Guevara viva!".
Na reunião aberta a todos os
participantes, ontem, Lula definiu o tempo de 13 minutos
para cada um falar. Quando
Chávez chegou aos 15, Lula avisou. E o venezuelano, arrancando gargalhadas: "Estou na
metade!".
(ELIANE CANTANHÊDE)
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