São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2007

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"Já não estou mais sozinho", diz venezuelano

DA ENVIADA AO RIO

De terno cinza, gravata vermelha, suando muito depois de confraternizar com integrantes da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel num hall de hotel, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, 52, conversou alguns minutos com a Folha. Ele foi pródigo em adjetivos ao elogiar os rumos que os países da América do Sul estão seguindo.
"Há cinco anos, eu estava sozinho. Éramos eu e Fidel [Castro]. Agora, já tenho comigo Lula, Kirchner, Evo, Tabaré e Ortega, além do Rafael, que acaba de chegar", disse, satisfeito com a guinada dos discursos, que costumam ser econômicos e comerciais e estão cada vez mais políticos e sociais.
Referia-se aos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Néstor Kirchner, da Argentina, Evo Morales, da Bolívia, Tabaré Vasquez, do Uruguai, Daniel Ortega, da Nicarágua e Rafael Correa, do Equador.
Chávez, defensor do "socialismo do século 21", referia-se a processo classificado por uns de aprofundamento do combate às desigualdades sociais e, por outros, de "esquerdização".
"Quando passa um cavalo encilhado, potente, imponente, temos de montar e sair em galope. E esse cavalo está cada vez mais veloz. Essa conversa de contaminação é balela." E a oposição, incomoda muito? "Oposição? Deu muito trabalho, mas está cada vez menor."
Chávez parecia feliz. "Hoje foi um dia excepcional", disse, comemorando o acordo da Petrobras com a venezuelana PDVSA para duas refinarias.
Ao despedir-se com um abraço de uma hóspede, levantou os braços e exortou: "Que Che Guevara viva!".
Na reunião aberta a todos os participantes, ontem, Lula definiu o tempo de 13 minutos para cada um falar. Quando Chávez chegou aos 15, Lula avisou. E o venezuelano, arrancando gargalhadas: "Estou na metade!". (ELIANE CANTANHÊDE)

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