São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2007

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Sem referencial, preço do gás é fruto de acordo

DA REDAÇÃO

A fixação de preços para a venda de gás natural é problemática por falta de um referencial internacional para o valor do produto. Ao contrário do petróleo, não há um mercado global para o gás, por uma questão física -seu transporte depende de gasodutos, que limitam as opções de entrega, enquanto o petróleo é vendido em barris.
Na relação entre Brasil e Bolívia, há monopólio nas duas pontas: a Bolívia é a única vendedora, e o Brasil, o único comprador. Com isso, o preço e as regras para reajuste são fixados por acordo entre as duas partes.
Pelo atual contrato entre a boliviana YPFB e a Petrobras, o reajuste é definido de acordo com a variação do preço internacional de tipos de óleo combustível e a oscilação da taxa de câmbio.
Desde maio passado, a Petrobras e o governo boliviano travam uma queda-de-braço. A estatal brasileira quer manter o preço e a fórmula de correção dos contratos. Já a Bolívia quer subir o preço fora dos termos acordados.
Hoje, a Petrobras paga US$ 4 por milhão de BTU (unidade térmica britânica); a Bolívia quer receber US$ 5.
Em dezembro, Petrobras e YPFB decidiram estender por 120 dias as negociações. Uma proposta da estatal brasileira seria ampliar o volume de gás importado para compensar o não-reajuste.
Um problema adicional é a usina térmica de Cuiabá, controlada pela Shell, que paga apenas US$ 1,09 por milhão de BTU à Bolívia. O contrato foi fechado ainda com a empresa privada Andina como produtora -hoje, a atividade é exclusiva da YPFB.
A Bolívia quer passar a cobrar US$ 4,30 pelo gás vendido à térmica e, a partir daí, aplicar a mesma fórmula de preço usada com a Petrobras.


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