|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem referencial, preço do gás é fruto de acordo
DA REDAÇÃO
A fixação de preços para a
venda de gás natural é problemática por falta de um referencial internacional para
o valor do produto. Ao contrário do petróleo, não há um
mercado global para o gás,
por uma questão física -seu
transporte depende de gasodutos, que limitam as opções
de entrega, enquanto o petróleo é vendido em barris.
Na relação entre Brasil e
Bolívia, há monopólio nas
duas pontas: a Bolívia é a única vendedora, e o Brasil, o
único comprador. Com isso,
o preço e as regras para reajuste são fixados por acordo
entre as duas partes.
Pelo atual contrato entre a
boliviana YPFB e a Petrobras, o reajuste é definido de
acordo com a variação do
preço internacional de tipos
de óleo combustível e a oscilação da taxa de câmbio.
Desde maio passado, a Petrobras e o governo boliviano
travam uma queda-de-braço.
A estatal brasileira quer
manter o preço e a fórmula
de correção dos contratos. Já
a Bolívia quer subir o preço
fora dos termos acordados.
Hoje, a Petrobras paga
US$ 4 por milhão de BTU
(unidade térmica britânica);
a Bolívia quer receber US$ 5.
Em dezembro, Petrobras e
YPFB decidiram estender
por 120 dias as negociações.
Uma proposta da estatal brasileira seria ampliar o volume de gás importado para
compensar o não-reajuste.
Um problema adicional é a
usina térmica de Cuiabá,
controlada pela Shell, que
paga apenas US$ 1,09 por milhão de BTU à Bolívia. O contrato foi fechado ainda com a
empresa privada Andina como produtora -hoje, a atividade é exclusiva da YPFB.
A Bolívia quer passar a cobrar US$ 4,30 pelo gás vendido à térmica e, a partir daí,
aplicar a mesma fórmula de
preço usada com a Petrobras.
Texto Anterior: Morales insiste em rever preço do gás vendido ao Brasil Próximo Texto: A partir de agora, Mercosul será sabatinado pela OMC Índice
|