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Eleição municipal dita lideranças na Câmara
Na escolha de líderes na Casa, partidos levam em conta nomes de deputados que devem disputar prefeitura de capitais
No DEM, ACM Neto deverá
substituir Onyx Lorenzoni;
sigla aposta que com mais
visibilidade, Neto crescerá
na disputa por Salvador
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em ano de eleições municipais, os principais partidos da
Câmara apostam em suas lideranças para ganhar espaço em
capitais estratégicas. Os atuais
líderes trabalham pelos nomes
com viabilidade às prefeituras
e, após o recesso, que termina
depois do feriado de Carnaval, a
primeira missão será definir
quem comandará cada sigla.
No DEM, já está tudo certo
para que o deputado Antônio
Carlos Magalhães Neto (BA)
substitua Onyx Lorenzoni
(RS). O partido aposta que com
mais visibilidade no Congresso,
Neto terá mais chances de se
eleger prefeito de Salvador,
posto de extrema importância
para o DEM retomar seu prestígio no Estado.
Esta será a primeira vez nos
nos últimos 50 anos que uma
eleição na capital baiana não
terá a influência do senador
Antonio Carlos Magalhães
(1927-2007). E o cenário não é
muito animador para o DEM.
Na última pesquisa Datafolha,
realizada em dezembro do ano
passado, o nome de ACM Neto
aparecia apenas na terceira colocação, com 15% das intenções
de votos.
No principal cenário, o radialista Raimundo Varela (PRB),
que nunca disputou uma eleição, liderava a pesquisa com
19% das intenções dos votos e o
atual prefeito, João Henrique
Carneiro (PMDB), vinha em
segundo, com 16%.
No PT, o deputado Maurício
Rands (PE), um dos cotados para a Prefeitura de Recife, deve
assumir a liderança do partido
na Câmara. Ele já concorreu ao
posto no ano passado, mas cedeu espaço para o deputado
Luiz Sérgio (RJ). "Não escolhemos o líder apenas por essa lógica [para dar mais visibilidade
nas eleições municipais], mas
Rands é por muitos motivos o
provável nome para me substituir. Acredito que toda a bancada pense como eu e que ele possa conquistar seu espaço nacionalmente", disse Luiz Sérgio.
Rands terá que "aparecer"
muito como líder no Congresso
para conseguir a prefeitura de
Recife, já que outro petista é
preferido na capital pernambucana. Na última pesquisa Datafolha, o secretário estadual das
Cidades, Humberto Costa, foi o
nome do partido que apareceu
com mais intenções de votos.
No PSDB, a influência da escolha do novo líder da Câmara
na eleição municipal é indireta.
Até agora, dois deputados concorrem ao posto: José Aníbal e
Arnaldo Madeira, ambos de
São Paulo.
O primeiro é aliado do ex-governador Geraldo Alckmin e o
segundo do atual, José Serra.
Qualquer um que ganhe mostrará qual tendência deve predominar na disputa pela prefeitura da capital. Se Aníbal ficar
na liderança, será um sinal de
que a maioria dos deputados
simpatiza com a possibilidade
de Alckmin disputar a eleição
contra o atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM).
Caso Madeira ganhe no Congresso, no entanto, a leitura é
de que a maioria dos parlamentares prefere que o partido se
alie ao DEM. O deputado nega
que sua escolha esteja relacionada com o futuro do partido
em São Paulo. "Fui secretário
do Alckmin e também tenho
uma relação antiga com o Serra. Apenas trabalho para conseguir a unidade da bancada",
afirmou Madeira.
Na última pesquisa da capital, Alckmin aparecia a frente
de Kassab, com 26% das intenções de voto contra 13%, mas o
atual prefeito tem tendência de
crescimento.
Diferentemente de DEM,
PSDB e PT, o PMDB é o único
entre as quatro maiores legendas da Câmara que não deve relacionar o novo líder com as
eleições municipais. Henrique
Eduardo Alves (RN) foi reconduzido ao cargo já no final do
ano passado. "Não tenho pretensão em usar meu cargo de
alguma forma para me promover para as eleições. Vou continuar na liderança por aclamação do partido", disse.
Os líderes do governo e da
oposição na Casa continuam os
mesmos, Henrique Fontana
(PT-RS) e Zenaldo Coutinho
(PSDB-PA), respectivamente.
"As escolhas dessas lideranças
não obedecem os mesmos critérios. Eu, por exemplo, sou escolhido pelo presidente, não
pela prioridade das bancadas",
explica Fontana.
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