|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ministério da Justiça identificou erros, e comissão refez cálculos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Justiça identificou erros no cálculo do pagamento de indenizações já aprovadas
pela Comissão da Anistia, ligada à
pasta. Advertida pelo ministério,
a comissão refez os cálculos e reconheceu as falhas.
Desde a instalação da comissão,
em 2001, houve cerca de 60 mil
pedidos de indenização, dos quais
cerca de 15,9 mil foram julgados e
6.847, aprovados. Cerca de 15 mil
não foram nem acolhidos e falta
julgar pouco mais de 30 mil.
Após parecer do conselheiro relator e decisão das câmaras -são
três, com três conselheiros cada
uma-, o valor final da indenização é encaminhado ao gabinete
do ministro Márcio Thomaz Bastos, para assinatura de portaria e
publicação no ""Diário Oficial".
Nessa fase, a assessoria técnica
do gabinete detectou falhas. A comissão culpou a Petrobras pelo
encaminhamento de cálculos errados. Os anistiados não fazem o
cálculo, que fica sob responsabilidade da Petrobras e da comissão.
Dos 29 processos que a comissão autorizou a Folha a consultar,
havia problemas em três. Num
deles, o de Luiz Carlos Natal, presidente da Conape, a localização
do erro fez a conta cair em R$ 180
mil na indenização dos retroativos (de R$ 1,195 milhão para R$
1,015 milhão) e em R$ 590 no pagamento mensal (de R$ 11,5 mil
para R$ 10,9 mil).
No cálculo de outro requerimento, encaminhado pelo ex-petroleiro Francisco de Assis Veras
Fortes, 66, o erro iria causar o pagamento desnecessário à União
de R$ 64 mil nos retroativos e de
R$ 890 nos mensais.
A descoberta dos erros foi feita
por Claudio Demczuk de Alencar,
assessor especial de Thomaz Bastos. Em parecer de 22 de março de
2003, o assessor explicou que era
necessário, nas contas feitas pela
Petrobras e assumidas pela comissão, "excluir a participação
dos lucros da empresa como vantagens asseguradas" aos ex-petroleiros. Segundo o assessor, era
"duvidosa a legalidade de sua
concessão para fins de anistia".
De acordo com ofício da comissão, o mesmo erro pode ter ocorrido em pelo menos 14 processos.
Em 25 de junho do mesmo ano,
num documento chamado "Informação", a diretora da Segunda
Câmara da comissão, Raquel Magalhães, escreveu que, "revistos os
cálculos, foram encontrados erros
materiais que devem ser corrigidos". Segundo a câmara, o cálculo
do caso estudado deveria ser contado a partir de 1996, não 1988.
Refeitas as contas, os requerimentos foram aprovados pelo ministro da Justiça em portaria.
(RV)
Texto Anterior: Aeronauta readmitida pela Vasp foi indenizada em R$ 1,2 milhão Próximo Texto: Herança militar/Outro lado: Comissão diz que não pode cassar anistias Índice
|