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Força-tarefa do
governo tenta
acabar com crise
ENVIADO ESPECIAL A PORTO VELHO (RO)
O governo federal enviou ontem à Rondônia uma força-tarefa composta por soldados do
Exército e delegados da Polícia
Federal com a missão de pacificar garimpeiros e índios na reserva Roosevelt. O pedido de
auxílio por forças federais foi
feito pelo governador Ivo Cassol (PSDB) na semana passada
ao ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça).
"Está chegando hoje uma
força-tarefa do Exército e da
Polícia Federal no Estado. Espero que esse trabalho seja diretamente direcionado sobre
essa questão do conflito na área
indígena", disse Cassol.
Esta é a segunda vez que o governador pede auxílio à Brasília
para resolver problemas em
Rondônia. Em fevereiro do ano
passado, Cassol solicitou uma
intervenção federal no Estado
devido à infiltração do "crime
organizado" nas três esferas estaduais.
O governador não soube detalhar por quanto tempo o
Exército e a PF vão permanecer
no interior da reserva, nem os
objetivos claros da missão. Teria sido informado apenas de
que os soldados e delegados
tentarão impedir a entrada de
garimpeiros e a extração de
diamantes.
O conflito entre garimpeiros
e índios pela jazida de diamantes da reserva Roosevelt também não é assunto novo para o
Estado. Porém, a relação entre
os grupos, sempre segundo
Cassol, era mais "harmônica"
antes do servidor Walter Brós
assumir a representação da Funai (Fundação Nacional do Índio).
"No passado, eles trabalhavam harmoniosamente. Dizem
eles que chegou a ter até 5.000
garimpeiros dentro da reserva
Roosevelt. Quando chegava o
dia, paravam, iam para a cidade e vendiam toda a produção.
Garimpeiros e índios, todos
juntos, dividiam 50% para cada."
Com a chegada de Brós, esse
acordo entre índios e garimpeiros teria sido desfeito, por isso
a volta da tensão na reserva,
disse Cassol. Só no ano passado, podem ter morrido 300 garimpeiros em confrontos, disse
o governador.
A assessoria de imprensa da
Funai informou ontem que o
servidor de carreira Walter
Brós tem o total apoio da autarquia para prosseguir seu trabalho com os índios cinta-larga.
Segundo a Funai, o servidor
chegou a Rondônia em setembro passado para auxiliar a Polícia Federal na retirada de garimpeiros da região indígena.
Ele atuava em Brasília.
IURI DANTAS
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