São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Líderes reclamam de salários dos maridos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Há pelo menos um ano, um grupo de mulheres de militares tem trabalhado para chamar a atenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À frente das ações estão representantes de três entidades: a Anemfa (Associação Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas), a Apemfa (Associação de Pensionistas e Esposas de Militares das Forças Armadas) e a Unemfa (União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas).
A mais ativa é Ivone Luzardo, 45, vendedora autônoma que preside a Unemfa. A sua chegada ontem foi decisiva para o desenrolar das faixas que iniciou o tumulto. Formada em pedagogia, com duas filhas adolescentes, diz que a família passa necessidade com o salário do marido, segundo-tenente do exército. Segundo ela, líquidos, são menos de R$ 2.000.
Experiente na batalha por melhorias nos soldos, Marina Bavaresco, 55, vice-presidente da Anemfa, fez greve de fome em frente ao Congresso em 2004 e participou de apitaços e vigílias. Segundo ela, o salário do marido é reduzido pelos gastos por causa de uma cirurgia que realizou e por causa de uma dívida da família com bancos que chegaria a R$ 20 mil. "Noventa por cento dos militares têm empréstimos hoje", diz.
Ester Araújo, 37, presidente da Apemfa, também organiza documentos, distribui faixas e dialoga com interlocutores do governo. O marido é segundo-sargento. Apesar de ter 27 anos de Exército, lamenta ela, o salário fica em torno de R$ 1.700. "Temos medo de que persigam nossos maridos, mas alguém precisa dizer ao governo que é hora de parar de maltratar as Forças Armadas." (AF)


Texto Anterior: Exército reprime protesto das mulheres de militares
Próximo Texto: 505 anos depois: Dívida com índio não será paga agora, diz Lula
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.