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Líderes reclamam de salários dos maridos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Há pelo menos um ano, um
grupo de mulheres de militares
tem trabalhado para chamar a
atenção do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. À frente das ações
estão representantes de três entidades: a Anemfa (Associação Nacional das Esposas de Militares
das Forças Armadas), a Apemfa
(Associação de Pensionistas e Esposas de Militares das Forças Armadas) e a Unemfa (União Nacional das Esposas de Militares
das Forças Armadas).
A mais ativa é Ivone Luzardo,
45, vendedora autônoma que preside a Unemfa. A sua chegada ontem foi decisiva para o desenrolar
das faixas que iniciou o tumulto.
Formada em pedagogia, com
duas filhas adolescentes, diz que a
família passa necessidade com o
salário do marido, segundo-tenente do exército. Segundo ela, líquidos, são menos de R$ 2.000.
Experiente na batalha por melhorias nos soldos, Marina Bavaresco, 55, vice-presidente da
Anemfa, fez greve de fome em
frente ao Congresso em 2004 e
participou de apitaços e vigílias.
Segundo ela, o salário do marido é
reduzido pelos gastos por causa
de uma cirurgia que realizou e por
causa de uma dívida da família
com bancos que chegaria a R$ 20
mil. "Noventa por cento dos militares têm empréstimos hoje", diz.
Ester Araújo, 37, presidente da
Apemfa, também organiza documentos, distribui faixas e dialoga
com interlocutores do governo. O
marido é segundo-sargento. Apesar de ter 27 anos de Exército, lamenta ela, o salário fica em torno
de R$ 1.700. "Temos medo de que
persigam nossos maridos, mas alguém precisa dizer ao governo
que é hora de parar de maltratar
as Forças Armadas."
(AF)
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