São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2005

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AVALIAÇÃO

Governo se mantém estável

Aprovação do presidente cai 6 pontos, diz pesquisa

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de a aprovação a seu governo se manter estável, a avaliação do desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu queda em relação a fevereiro, mostra pesquisa do Instituto Sensus feita a pedido da Confederação Nacional dos Transportes.
Em comparação com a última edição da pesquisa, caiu seis pontos percentuais a aprovação pessoal de Lula -de 66,1 para 60,1. A administração federal oscilou dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais para mais ou menos. Em fevereiro, 42,6% aprovavam o governo; em abril o índice foi para 41,9%.
O instituto avaliou ainda o impacto dos discursos do presidente. Apesar de 53,2% terem declarado que gostam das falas de Lula, 55,9% concordaram com a afirmação de que seus discursos contêm "erros e inadequações".
Um dos fatos mais significativos da política econômica, a não-renovação do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) foi aprovada por mais da metade dos entrevistados (56,3%).
Segundo o presidente da CNT, deputado Clésio Andrade (PFL-MG), os números indicam um "sinal amarelo" para o governo. O principal motivo da queda na aprovação de Lula seria a deterioração da saúde, da educação e da segurança pública, segundo o parlamentar. "Mesmo com a queda, o presidente ainda tem uma popularidade muito confortável."
Um exemplo da avaliação do deputado está nos cenários para a sucessão de Lula. O petista se reelege em todas as situações apresentadas pelos pesquisadores -espontaneamente ou com base em nove listas de candidatos.
Para Carlos Pio, cientista político da UnB (Universidade de Brasília), o crescimento econômico de um lado e a ineficiência na área social, aliada às recentes polêmicas na política, de outro, explicam a diferença na avaliação do desempenho do governo e de Lula.
"O governo tem avaliação estável porque a situação econômica é estável. O crescimento do ano passado é um índice muito elevado e continua tendo um ritmo bastante razoável. Isso garante percentuais razoáveis de apoio."
Além da demora na reforma ministerial, as falhas nas políticas sociais também comprometeriam a avaliação de Lula no Planalto, diz Pio. "É um desencanto, mas nada que ameace a saúde eleitoral do presidente", disse.


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