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AVALIAÇÃO
Governo se mantém estável
Aprovação do presidente cai 6 pontos, diz pesquisa
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de a aprovação a seu governo se manter estável, a avaliação do desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu
queda em relação a fevereiro,
mostra pesquisa do Instituto Sensus feita a pedido da Confederação Nacional dos Transportes.
Em comparação com a última
edição da pesquisa, caiu seis pontos percentuais a aprovação pessoal de Lula -de 66,1 para 60,1. A
administração federal oscilou
dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais
para mais ou menos. Em fevereiro, 42,6% aprovavam o governo;
em abril o índice foi para 41,9%.
O instituto avaliou ainda o impacto dos discursos do presidente. Apesar de 53,2% terem declarado que gostam das falas de Lula,
55,9% concordaram com a afirmação de que seus discursos contêm "erros e inadequações".
Um dos fatos mais significativos
da política econômica, a não-renovação do acordo com o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
foi aprovada por mais da metade
dos entrevistados (56,3%).
Segundo o presidente da CNT,
deputado Clésio Andrade (PFL-MG), os números indicam um
"sinal amarelo" para o governo. O
principal motivo da queda na
aprovação de Lula seria a deterioração da saúde, da educação e da
segurança pública, segundo o
parlamentar. "Mesmo com a queda, o presidente ainda tem uma
popularidade muito confortável."
Um exemplo da avaliação do
deputado está nos cenários para a
sucessão de Lula. O petista se reelege em todas as situações apresentadas pelos pesquisadores
-espontaneamente ou com base
em nove listas de candidatos.
Para Carlos Pio, cientista político da UnB (Universidade de Brasília), o crescimento econômico
de um lado e a ineficiência na área
social, aliada às recentes polêmicas na política, de outro, explicam
a diferença na avaliação do desempenho do governo e de Lula.
"O governo tem avaliação estável porque a situação econômica é
estável. O crescimento do ano
passado é um índice muito elevado e continua tendo um ritmo
bastante razoável. Isso garante
percentuais razoáveis de apoio."
Além da demora na reforma
ministerial, as falhas nas políticas
sociais também comprometeriam a avaliação de Lula no Planalto, diz Pio. "É um desencanto,
mas nada que ameace a saúde
eleitoral do presidente", disse.
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