São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2005

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POLÍTICA ETERNA

Articulação foi suspensa, pois não há consenso nos partidos

Senadores desistem de cargo vitalício para ex-presidentes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Articuladores da ressurreição da idéia de apresentar proposta de emenda constitucional que transforma ex-presidentes em senadores vitalícios, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), consideraram a articulação encerrada, por ora. Motivo: não há consenso nos partidos. A idéia foi revelada pela Folha no domingo.
"Não tem como prosperar se não tiver acordo entre os partidos", disse Mercadante. "Temos de ter consenso interno e, com o tempo, vamos encontrá-lo", afirmou, em referência à crítica do presidente do PT, José Genoino, que julgou a proposta "ilegítima".
Mais tarde, no Senado, pediu que o debate seja mantido em alto nível, sem tratar a proposta como uma concessão de regalias.
Virgílio também disse que a proposta, "com certeza, não é para agora". Anteontem, ele a enterrou após crítica de Genoino. Considerou que o PT não tinha "civilidade" para a discussão. Hoje, porém, viu que não há consenso também no PSDB, citando como opositor o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou simpatia pela idéia e autorizou Mercadante a falar com Virgílio. Lula, que não gosta da vida parlamentar, provavelmente abriria mão do cargo. Apoiaria a idéia para agradar aos ex-presidentes Itamar Franco e José Sarney (ambos do PMDB).
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), se disse ontem favorável à proposta.


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