RUBENS VALENTE

da Agência Folha, em Jardim (MS)

O movimento do reverendo Sun Myung Moon (que desde janeiro deixou de ser chamado de igreja) começou a ser assediado por candidatos nas próximas eleições em Mato Grosso do Sul.
Após investir cerca de R$ 20 milhões e anunciar mais R$ 104 milhões até o ano 2000 na compra de terras e na criação de projetos agroindustriais em 33 municípios do Estado, a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial atrai a atenção dos candidatos.
O prefeito de Guia Lopes, Eliseu dos Santos (PMDB), 41, cidade vizinha do maior projeto do movimento, a fazenda New Hope (Nova Esperança), disse que os "contatos estão se iniciando", mas "parece que ele (Moon) deve apoiar o (deputado) Oscar Goldoni".
Goldoni (PMDB) é candidato à reeleição e, junto com Santos, já almoçou com Moon no ano passado. O prefeito mandou um buquê de flores à mulher do reverendo.
Para candidato a governador, segundo o prefeito, também não está acertado o apoio de Moon, mas "deve ser o Bacha (ex-secretário estadual de Finanças Ricardo Bacha, pré-candidato do PSDB)".
O presidente do Paraguai, Juan Carlos Wasmosy, também esteve com o coreano Kim Soon, orientador do movimento do reverendo Moon, e chegou a lhe propor uma sociedade empresarial no seu país.
O reverendo César Zaduski, 42, administrador da fazenda New Hope, no município de Jardim (MS), disse que o movimento já recebeu as mais diferentes propostas de políticos, como trocar apoio do reverendo Moon por asfalto no acesso aos projetos, numa futura eleição. Mas não cita nomes.
O reverendo disse que recebe indistintamente todos os visitantes da fazenda, inclusive políticos do PT. Zaduski disse que Moon "nunca se meteu em política" e não pretende selar "laços definitivos" com um ou outro partido.
O reverendo disse que o apoio político é importante por acelerar ou atrapalhar os projetos do movimento, mas "parar, não pára".



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