São Paulo, Terça-feira, 20 de Abril de 1999
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ACM diz que hoje não faria defesa convicta

da Sucursal de Brasília

O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse ontem que não defenderia o ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes com a mesma convicção de antes.
As declarações foram motivadas pelas recentes notícias envolvendo Lopes, a quem o banqueiro Salvatore Cacciola teria enviado bilhete pedindo uma intervenção no socorro a seu banco, o Marka.
ACM também criticou a área de fiscalização de BC. "Concordo que houve tempo para se consertar a atuação do BC na fiscalização. Em relação à fiscalização, o BC não passou no vestibular", disse.
"Eu vi na televisão Francisco Lopes dizer que não o conhecia (Cacciola) e aparece esse bilhete. Se esse bilhete fosse a mim dirigido, eu responderia a ele: "Seu canalha, não tem por que o sr. me dirigir com essa intimidade porque não lhe dou (sic)". Ele (Lopes) disse que não conhecia o homem, e ele (Cacciola) faz esse bilhete. Então, ele tinha que devolver esse bilhete."
ACM, que sempre apoiou a equipe econômica, afirmou que "hoje" não defenderia o ex-presidente do BC como no passado. "Acho que (Lopes) é um homem sério, até que se prove o contrário. Mas a minha defesa hoje não será tão enérgica quanto seria ontem. Já aí não vou defendê-lo. Antes eu o defendia."
Para ACM, Lopes deveria explicar o bilhete no depoimento à CPI dos Bancos, marcado para as 16h30 de ontem e depois adiado. "Ele tem que se defender disso."
Ao fazer essas afirmações, ACM havia entendido que o bilhete manuscrito, publicado pela revista "IstoÉ", havia sido apreendido pela Polícia Federal na casa de Lopes.
Informado de que o papel fora encontrado na casa de Cacciola, ACM afirmou que "aí é diferente", mas não retirou a crítica a Lopes.
"Estou pressupondo que foi na casa dele. Na certa o Cacciola quis enviar e não enviou. Aí já é diferente. Ele (Lopes) tinha que repelir os bilhetes que recebeu. Um homem público tem que ter os cuidados necessários", disse o senador.
Para ele, no caso das apreensões de documentos, a polícia "não pode ser culpada", pois estava cumprindo ordem judicial solicitada pelo Ministério Público. (FL)


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