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ACM diz que hoje não
faria defesa convicta
da Sucursal de Brasília
O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), disse ontem que não defenderia o ex-presidente do Banco
Central Francisco Lopes com a
mesma convicção de antes.
As declarações foram motivadas
pelas recentes notícias envolvendo
Lopes, a quem o banqueiro Salvatore Cacciola teria enviado bilhete
pedindo uma intervenção no socorro a seu banco, o Marka.
ACM também criticou a área de
fiscalização de BC. "Concordo que
houve tempo para se consertar a
atuação do BC na fiscalização. Em
relação à fiscalização, o BC não
passou no vestibular", disse.
"Eu vi na televisão Francisco Lopes dizer que não o conhecia (Cacciola) e aparece esse bilhete. Se esse
bilhete fosse a mim dirigido, eu
responderia a ele: "Seu canalha,
não tem por que o sr. me dirigir
com essa intimidade porque não
lhe dou (sic)". Ele (Lopes) disse que
não conhecia o homem, e ele (Cacciola) faz esse bilhete. Então, ele tinha que devolver esse bilhete."
ACM, que sempre apoiou a equipe econômica, afirmou que "hoje"
não defenderia o ex-presidente do
BC como no passado. "Acho que
(Lopes) é um homem sério, até que
se prove o contrário. Mas a minha
defesa hoje não será tão enérgica
quanto seria ontem. Já aí não vou
defendê-lo. Antes eu o defendia."
Para ACM, Lopes deveria explicar o bilhete no depoimento à CPI
dos Bancos, marcado para as
16h30 de ontem e depois adiado.
"Ele tem que se defender disso."
Ao fazer essas afirmações, ACM
havia entendido que o bilhete manuscrito, publicado pela revista
"IstoÉ", havia sido apreendido pela Polícia Federal na casa de Lopes.
Informado de que o papel fora
encontrado na casa de Cacciola,
ACM afirmou que "aí é diferente",
mas não retirou a crítica a Lopes.
"Estou pressupondo que foi na
casa dele. Na certa o Cacciola quis
enviar e não enviou. Aí já é diferente. Ele (Lopes) tinha que repelir os
bilhetes que recebeu. Um homem
público tem que ter os cuidados
necessários", disse o senador.
Para ele, no caso das apreensões
de documentos, a polícia "não pode ser culpada", pois estava cumprindo ordem judicial solicitada
pelo Ministério Público.
(FL)
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