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CPI adia depoimento para segunda
da Sucursal de Brasília
O ex-presidente do BC Francisco
Lopes conseguiu convencer a CPI
dos Bancos a adiar o seu depoimento, marcado para ontem à tarde, no Senado. Alegou, por carta,
estar sofrendo "uma série de violências" e "agressões".
A CPI também desistiu de ouvir
amanhã o dono do Banco Marka,
Salvatore Cacciola, por causa do
adiamento de seu depoimento à
Polícia Federal. Ele iria depor ontem no Rio, mas só falará nesta
quinta-feira, em Brasília.
Lopes queria que o depoimento
fosse adiado por 20 dias. O prazo
foi considerado muito longo pela
comissão, que decidiu ouvi-lo na
próxima segunda-feira, às 16h30.
Ele disse que não poderia ir ao
Senado para o depoimento, mas a
assessoria parlamentar do BC informou à Folha que ele esteve em
Brasília até o momento em que a
CPI decidiu acatar seu pedido, embarcando em seguida para o Rio.
Lopes está recebendo assessoria
jurídica do BC. No entendimento
da instituição, seus ex-presidentes
e ex-diretores têm direito a essa assessoria sempre que estiverem em
questão decisões tomadas no desempenho da função.
Redigida na terceira pessoa e tratando-se por "requerente", o ex-presidente do BC disse que "as
agressões que vem sofrendo reclamam a sua presença no Rio de Janeiro para a tomada de providências que as limitem, impedindo-o
assim de atender à convocação".
A CPI foi informada de que Lopes estava na cidade quando a carta foi entregue ao presidente da comissão, Bello Parga (PFL-MA).
O documento chegou ao Senado
por volta das 15h de ontem -uma
hora antes do horário marcado para o depoimento, segundo o relator da CPI, João Alberto (PMDB-MA). A carta foi datada no dia 17
(sábado), no Rio de Janeiro.
Antes da chegada da carta de Lopes, João Alberto havia ameaçado
adiar o depoimento por causa da
demora na chegada de documentos requisitados ao BC.
Ele havia pedido a remessa de cópia do depoimento de Lopes à comissão de sindicância do BC e o
parecer jurídico que as avalizou.
No início da noite de ontem, a
CPI decidiu convocar Leon Sayeg,
Omar Jahic e Alberto Antunes,
que, segundo a revista "Veja", teriam ouvido o dono do Banco
Marka afirmar que recebia informações privilegiadas do BC.
Também foram convocados os
irmãos Sérgio e Luiz Augusto Bragança, ex-sócios de Lopes na empresa Macrométrica, e Maria do
Socorro Carvalho, ex-chefe do Departamento de Operações de Reservas Internacionais do BC.
Para hoje está previsto o depoimento do ex-diretor de Fiscalização do BC Cláudio Mauch. Ele ocupava o cargo em janeiro, quando
ocorreu a ajuda ao Marka e ao FonteCindam. Mauch depôs ontem na
comissão de sindicância do BC.
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