São Paulo, Terça-feira, 20 de Abril de 1999
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CPI adia depoimento para segunda

da Sucursal de Brasília

O ex-presidente do BC Francisco Lopes conseguiu convencer a CPI dos Bancos a adiar o seu depoimento, marcado para ontem à tarde, no Senado. Alegou, por carta, estar sofrendo "uma série de violências" e "agressões".
A CPI também desistiu de ouvir amanhã o dono do Banco Marka, Salvatore Cacciola, por causa do adiamento de seu depoimento à Polícia Federal. Ele iria depor ontem no Rio, mas só falará nesta quinta-feira, em Brasília.
Lopes queria que o depoimento fosse adiado por 20 dias. O prazo foi considerado muito longo pela comissão, que decidiu ouvi-lo na próxima segunda-feira, às 16h30.
Ele disse que não poderia ir ao Senado para o depoimento, mas a assessoria parlamentar do BC informou à Folha que ele esteve em Brasília até o momento em que a CPI decidiu acatar seu pedido, embarcando em seguida para o Rio.
Lopes está recebendo assessoria jurídica do BC. No entendimento da instituição, seus ex-presidentes e ex-diretores têm direito a essa assessoria sempre que estiverem em questão decisões tomadas no desempenho da função.
Redigida na terceira pessoa e tratando-se por "requerente", o ex-presidente do BC disse que "as agressões que vem sofrendo reclamam a sua presença no Rio de Janeiro para a tomada de providências que as limitem, impedindo-o assim de atender à convocação".
A CPI foi informada de que Lopes estava na cidade quando a carta foi entregue ao presidente da comissão, Bello Parga (PFL-MA).
O documento chegou ao Senado por volta das 15h de ontem -uma hora antes do horário marcado para o depoimento, segundo o relator da CPI, João Alberto (PMDB-MA). A carta foi datada no dia 17 (sábado), no Rio de Janeiro.
Antes da chegada da carta de Lopes, João Alberto havia ameaçado adiar o depoimento por causa da demora na chegada de documentos requisitados ao BC.
Ele havia pedido a remessa de cópia do depoimento de Lopes à comissão de sindicância do BC e o parecer jurídico que as avalizou.
No início da noite de ontem, a CPI decidiu convocar Leon Sayeg, Omar Jahic e Alberto Antunes, que, segundo a revista "Veja", teriam ouvido o dono do Banco Marka afirmar que recebia informações privilegiadas do BC.
Também foram convocados os irmãos Sérgio e Luiz Augusto Bragança, ex-sócios de Lopes na empresa Macrométrica, e Maria do Socorro Carvalho, ex-chefe do Departamento de Operações de Reservas Internacionais do BC.
Para hoje está previsto o depoimento do ex-diretor de Fiscalização do BC Cláudio Mauch. Ele ocupava o cargo em janeiro, quando ocorreu a ajuda ao Marka e ao FonteCindam. Mauch depôs ontem na comissão de sindicância do BC.


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