São Paulo, Terça-feira, 20 de Abril de 1999
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"Não sou abafador", diz procurador do DF

da Sucursal de Brasília

O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, defendeu ontem publicamente a ação dos procuradores do Rio nas investigações sobre o socorro do Banco Central aos bancos Marka e FonteCindam.
Ontem, em reunião com o procurador-chefe no Distrito Federal, Luiz Augusto Santos Lima, o coordenador criminal do MPF no Rio, Arthur Gueiros e Antonio Bigonha e Carlos Frederico Santos, da ANP, a associação nacional da categoria, Brindeiro decidiu que as investigações não serão concentradas em Brasília.
"Não sou abafador", disse o procurador-chefe no DF, após sair da reunião, ao comentar texto da Folha de ontem sobre a "operação abafa" planejada pelo governo para controlar o caso Marka, inclusive com a centralização das investigações dos procuradores em Brasília.
Segundo Lima, os procuradores da República no Rio continuarão a fazer investigações sobre o caso, apesar de ele ter sido designado pelo procurador-geral para acompanhar o inquérito da PF e a sindicância do BC abertos para apurar o suposto vazamento de informações privilegiadas.
"Não há divisão entre os procuradores. Se houver elementos, o Ministério Público vai denunciar os acusados, seja no Rio, em Brasília ou em São Paulo", acrescentou.
Geraldo Brindeiro admitiu a controvérsia sobre a validade da ação dos procuradores do Rio somente em relação à participação do Ministério Público na suposta operação policial. "O que pode ser questionado é o fato de que houve esse acompanhamento."
Ele confirmou que o Ministério Público pediu a autorização judicial de busca antes da instauração de inquérito pela PF. Disse que o inquérito foi aberto logo após a ordem da juíza da 6ª Vara Federal do Rio, Ana Paula Vieira.
O procurador-geral evitou criticar a decisão do ministro da Justiça, Renan Calheiros, de proibir a participação da PF em novas operações de busca de documentos.
O procurador do Rio Arthur Gueiros disse que não houve falhas nas apreensões de documentos realizadas no Rio.


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